Sono da beleza: Você está dormindo bem?
Qualidade do sono, que piorou para mais da metade dos brasileiros na pandemia, interfere na beleza da pele
Desde que a pandemia foi decretada, não é incomum ouvir de amigos e pacientes sobre uma piora na qualidade do sono. Os motivos podem ser diferentes para cada um, mas o impacto na saúde e, sim!, na beleza da pele ocorrem da mesma maneira. Nos últimos anos, dormir bem virou eixo fundamental na abordagem de diversas especialidades, entre elas, a dermatologia –a ponto de já termos no Brasil a chamada “sleep economy”, com serviços, aplicativos e produtos voltados para auxiliar as pessoas a terem uma boa noite de sono.
É um luxo para poucos dormir pelo menos 8 horas todos os dias. Especialmente em cidades maiores, como o Rio de Janeiro, os níveis de estresse e exigências de uma vida profissional e social agitada interferem no tempo dedicado ao descanso. Na pandemia, o acúmulo de funções e a necessidade de lidar com tantas incertezas levou a uma piora da qualidade do descanso, que foi detectada numa pesquisa do Instituto do Sono. 55% dos entrevistados relataram estar tendo mais dificuldades para dormir.
O modo e a quantidade de tempo que alguém dorme pode interferir também na beleza. Durante o período do sono, o corpo entra num estado regenerativo e construtivo. Noites mal dormidas acumuladas podem acentuar as olheiras, comprometer o funcionamento das glândulas seborreicas, piorar o quadro de acne e caspa, levar à queda de cabelo, especialmente quando a insônia está associada a estresse, e acelerar do envelhecimento, já que quando descansamos que ocorre a renovação das células e a eliminação de radicais livres. Uma má qualidade duradoura do sono pode acentuar linhas finas, tirar o viço da pele e até comprometer o resultado de tratamentos e procedimentos de beleza. Além disso, dormir bem contribui para o controle do peso e auxilia na regulação dos níveis de hormônios, como leptina, GH, adrenalina e cortisol, que estão associados a saciedade, manutenção de massa magra, queima de gordura e controle dos níveis de açúcar no sangue.
Segundo a Associação Brasileira do Sono, os distúrbios do sono atingem cerca de 73 milhões de pessoas. O Brasil está entre os países que menos dorme no mundo, ao lado do Japão e de Singapura! Segundo a empresa alemã Statista, especializada em dados de mercado, o mercado global de “sleep economy” foi avaliado em US$ 432 bilhões em 2019 e deve chegar a US$ 585 bilhões nos próximos três anos. Esse mercado cresceu tantos nestes meses de pandemia no Brasil que em outubro de 2022 São Paulo vai receber a SleepWell Expo, primeira feira nacional voltada para ajudar pessoas que sofrem com desordens do sono.
Esta “economia do sono” inclui acessórios inteligentes como fones antirruído, cobertores que mudam a temperatura e travesseiros que detectam e evitam padrões de ronco, inflando-se para regular e ajustar a posição da cabeça, facilitando o fluxo de ar. Há também uma série de produtos para o ambiente do quarto, como objetos voltados para cromoterapia e aromaterapia e aplicativos e gadgets voltados para meditação, respiração e medição de sono e de ambiente.
Para dormir melhor, é preciso investigar o que está levando à insônia. Mas algumas mudanças simples podem ser feitas para tentar melhorar. Sono é regularidade. E se tem algo que a pandemia atrapalhou bastante é a rotina, especialmente das mulheres e de quem tem filhos. Tente criar e manter uma rotina de sono para que o corpo e a mente estejam menos agitados na hora de dormir. Procure não jantar tarde, evite bebida alcoólica, mantenha um mesmo horário para deitar, controle a luminosidade do ambiente. Troque as redes sociais por um livro. Evite ficar no celular, ver TV ou mexer no computador uma hora antes de dormir. Procure não deixar o telefone tão acessível na cabeceira e deixe-o virado para baixo. Durante o dia, faça atividade física com regularidade e 10 min de meditação. Tire do caminho o que te faz dormir mal pela saúde da pele, do corpo e da mente.