O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho de 2020, é a biodiversidade. Um milhão de espécies de plantas e animais estão em risco de extinção, principalmente devido à atividade humana. Neste ano, o convite é para repensar como nossos sistemas econômicos evoluíram e qual o impacto que eles têm no meio ambiente.
Ecossistemas saudáveis e ricos em biodiversidade são fundamentais para a existência dos seres humanos. Nem sempre tomamos consciência, mas desde o alimento que consumimos à água que bebemos, o ar que respiramos e, inclusive, muitos medicamentos que salvam nossas vidas, todos são providos pela natureza.
A economia global está intrinsecamente ligada à biodiversidade. O valor dos serviços providos pela biodiversidade é estimado em US$ 125 e 140 trilhões por ano, mais de 1,5 vez o PIB global. Conforme alcançamos uma população de 10 bilhões de pessoas no planeta, devemos abraçar as oportunidades e valorizar o meio ambiente ao invés de trabalhar contra ele.
A pandemia de COVID-19 – a mais recente em uma série de surtos de doenças zoonóticas – mostra que a saúde do planeta está ligada à nossa saúde. Perdas de biodiversidade e habitat favorecem a disseminação de doenças infecciosas e viroses, doenças essas que pesquisas mostram estar em ascensão.
No Brasil, a situação é ainda mais alarmante com a destruição das florestas, o aumento das queimadas, o avanço nos garimpos, a flexibilização das leis ambientais e o desmonte dos mecanismos de fiscalização para literalmente “passar a boiada”.
As notícias são desanimadoras, mas nunca antes tivemos esse tempo e oportunidade que a pandemia nos impôs para repensarmos nossas ações em relação ao meio ambiente.
A boa notícia é que podemos reverter as tendências de perda da biodiversidade repensando nosso relacionamento com a natureza e agindo imediatamente para ampliar a ambição e a responsabilidade em protegê-la. Devemos conservar e restaurar a vida e os espaços selvagens, mudar a maneira como produzimos e consumimos os alimentos, favorecer infraestruturas ecológicas e transformar as economias para que protejam a natureza.
A resposta mundial à pandemia da COVID-19 mostrou ação e solidariedade aceleradas para enfrentar questões que ameaçam nossas sociedades. Na medida em que os países começam a planejar melhores formas de se reconstruírem, colocar a natureza no centro das decisões deve ser prioridade pelas pessoas e pelo planeta.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma oportunidade de inspirar as pessoas a fazerem suas vozes serem ouvidas. Cidadãos precisam exigir que os governos cumpram os compromissos de proteger a natureza e garantir que as leis ambientais sejam aplicadas. Empresas devem desenvolver cadeias sustentáveis de suprimentos, bem como práticas agrícolas que não agridam o meio ambiente. Grupos da sociedade civil devem procurar formas de preservar e restaurar ecossistemas degradados e todos nós como indivíduos consumidores devemos repensar nossas escolhas e tudo que compramos.
Mesmo com nossas vidas ao avesso, podemos nos unir para encontrar maneiras de viver em harmonia com nós mesmos e também com a natureza.
Aqui estão 4 dicas de como você pode AGIR pela natureza!
1) Mude sua dieta, priorizando alimentos orgânicos e locais, e especialmente reduzindo o consumo de carne;
2) Recicle o máximo que puder, aprenda a fazer compostagem e corte o uso de plástico descartável;
3) Plante um jardim urbano em sua varanda ou quintal, onde polinizadores e insetos possam prosperar;
4) Minimize o uso de produtos químicos domésticos que são tóxicos ao solo e às águas subterrâneas. Experimente produtos naturais como vinagre, água e sabão de coco.
Para saber mais, veja o site do Programa das Nações Unidos para o Meio Ambiente (PNUMA). Lá poderá ter acesso ao Guia Prático e também à agenda de atividades online.