Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Futuro esportivo também encara o decisivo jogo da conciliação

Agenda 2023: uma dúzia de sugestões para regentes privados e públicos harmonizarem as dimensões industriais, sociais, culturais, educativas do esporte

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Atualizado em 7 nov 2022, 18h30 - Publicado em 7 nov 2022, 07h49
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  • Conciliação. A doce palavra vira clamor. Oxigênio a relações e futuros estrangulados por intransigências, idiotices, carências civilizatórias.

    Esforços conciliatórios revelam-se tão impreteríveis quanto desafiadores. Aplicam-se ao universo esportivo.

    Nunca são fáceis os consensos entre a vaidade e o altruísmo; o particular e o coletivo; a ambição econômica e a justiça social; o colorido democrático e a cobiça política; as certezas próprias e alheias. Equilíbrios especialmente difíceis em meio à banalização extremista.

    Adensada pelos egoísmos de plantão, a neblina maniqueísta turva o inadiável reencontro com a ponderação, o senso comunitário, a delicadeza. Atributos sem os quais o diferente vira inimigo, em vez de alavanca ao aprendizado e ao desenvolvimento.

    A tarefa impõe-se também às dimensões esportivas, radiografadas por pesquisadores como o sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002) e Manoel Tubino (1939-2008), ex-presidente da Federação Internacional de Educação Física. As crescentes exigências de responsabilidade socioambiental acentuam a necessidade de conciliar aspirações industriais, sociais, culturais, mediáticas, educacionais. Tais como:

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    A dúzia sugestões para a agenda 2023 contempla gestões privadas e públicas. Ela começa agora. Não adianta esperar o Papai Noel.

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    Transformação F.C.

    Ronaldo conciliava orgulho, entusiasmo e prudência, ao agradecer o prêmio Homem do Ano (categoria Ícone), da revista GQ, quinta-feira passada. A ressurreição azul lhe amansa a fala, não o espírito. Sabe que as glórias de atacante fenomenal, somadas às lições empresariais, não asseguram sucesso equivalente na carreira executiva. “Há muito por fazer”, reconhece o dono da Raposa, com fome de artilheiro.

    Não menos empreendedor tem sido o skatista Ademar Lucas, o Luquinhas, outro premiado da noite no Copa. Por meio do Instituto Ademafia, criado há dois anos, ele coordena aulas gratuitas de skate para crianças pobres e ações solidárias para moradores do Morro Santo Amaro e outras comunidades cariocas. Converte pluralidade em mobilizações transformadoras.

    Luquinhas também sabe que há muito, muito por fazer. Caminho longo. O passo – conjunto – corresponde à extensão e à estatura das nossas (re)conciliações.

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    Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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