Não é de hoje que eu uso esse espaço para promover o rádio e sua importância na formação cidadã da nossa sociedade, na construção de novos ouvintes e na promoção da renovação musical. Há quase dez anos apresento o FARO – programa que atualmente é transmitido na rede Nova Brasil FM e pode ser ouvido em mais de 400 cidades pelas ondas radiofônicas -, cuja premissa é apresentar aos ouvintes a atual produção musical contemporânea.
Pode parecer muito legal, e de fato é. Mas é cansativo (quase solitário) porque se você prestar atenção na programação das rádios comerciais no Brasil verá que novidade sonora não é prioridade. A boa notícia é que muitos artistas e algumas marcas também acreditam na renovação musical dos dials e não estar sozinha nessa trincheira fortalece o propósito.
Toda quinta – hoje tem! -, recebo um artista da música brasileira e conversamos sobre música no rádio. Parece coisa de velho, né? Mas não deveria.
Se você sintonizar na Nova Brasil FM, hoje, a partir das dez da noite, vai ouvir um papo gostoso entre uma música e outra. A curadoria musical é ouro em pó porque abrange uma ampla geração da música brasileira em suas várias vertentes e pluralidades. Além dos mais diversos estilos, o ouvinte também fica sabendo como as músicas estão sendo produzidas, entendem os processos criativos e os atravessamentos que afetam cada artista. O tipo de música sem fronteira, sem delimitações e de todos os cantos é tocada no FARO.
Hoje vou conversar com um trio de músicos curitibanos que formam a banda Tuyo. Lay, Lio e Machado liberaram esta madrugada nas plataformas digitais seu aguardado segundo álbum “Chegamos Sozinhos em Casa”. O trio de folk afrofuturista é cheio de referências e graças ao patrocínio da Natura Musical, a plataforma de cultura da marca Natura, conseguiu viabilizar este disco do jeitinho que eles idealizaram.
É importante citar a Natura Musical sempre que possível porque o trabalho que eles têm feito ao longo dos últimos 16 anos mudou a cara da música brasileira e isso não é exagero. Quando eles deram prioridade às criações artísticas de grupos historicamente sub-representados em seu edital, centenas de artistas e projetos da comunidade LGBTQIA+, dos povos originários, de mulheres e da cultura negra ganharam visibilidade nacional. Editais de outras marcas e instituições passaram a dar importância à representatividade e sabemos que isso muda tudo.
Convido você, caro leitor, a me ouvir hoje no rádio. Às dez da noite, eu, você e milhares de pessoas estaremos vibrando na mesma frequência e ouvindo, ao mesmo tempo, canções que ajudam a renovar nosso maior patrimônio cultural, a música brasileira. Essa é a magia do rádio!