Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Moderno tratamento para varizes dispensa repouso e internação

O cirurgião vascular Leonardo Stambowsky esclarece o que você precisa saber sobre o método com espuma densa, cada vez mais popular nos consultórios

Por Leonardo Stambowsky
Atualizado em 7 jul 2017, 16h32 - Publicado em 7 jul 2017, 16h27
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  • Varizes são definidas como uma dilatação permanente das veias superficiais da coxa e da perna, que perdem sua função ficando incompetente e tortuosa. É uma doença crônica que acomete cerca de 30% das mulheres e 20% dos homens o que tendem a piorar com a idade.  Pode se apresentar apenas como microvarizes de apelo estético, passando por veias maiores, pernas inchadas, manchadas, doloridas e até mesmo levar ao surgimento de feridas de difícil cicatrização, as úlceras.

    Com o passar dos anos e evolução da medicina, diversas técnicas vem sendo desenvolvidas para tratar os pacientes de forma menos invasiva e com ótimos resultados.

    Abaixo em um “bate-bola” bem objetivo de perguntas e respostas, o cirurgião vascular Leonardo Stambowsky reponde a todas as perguntas sobre o tratamento de espuma densa, que vem ganhando cada vez mais espaço nos consultórios dos Angiologistas e Cirurgiões Vasculares.

    Fabiano – Como exatamente funciona essa técnica ?

    Leonardo – O tratamento com espuma visa a destruição química da veia, o que é realizado através da injeção de um medicamento (o polidocanol) em forma de espuma dentro da veia comprometida.

    injecao
    (Arquivo pessoal/Divulgação)

    Fabiano – Mas o que acontece com a veia depois da injeção ?

    Leonardo – Após a injeção a veia começa a sofrer um processo de destruição  das suas células que passa por um processo de fibrose e aos poucos é reabsorvida pelo organismo.

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    varizes
    (arquivo pessoal – antes e após uma sessão de espuma) (Arquivo Pessoal/Divulgação)

    Fabiano – Que tipo de paciente pode ser tratado por essa técnica?

    Leonardo – Praticamente todos os pacientes que tiverem veias varicosas de médio e grosso calibre, incluindo pacientes idosos e com problemas de saúde graves.

    Fabiano – Então todas as veias podem ser tratadas com espuma?

    Leonardo – A espuma foi desenvolvida para o tratamento de veias de médio e grande calibre, incluindo a veia safena, como opção a cirurgia. Para as microvarizes existem outras técnicas com resultado estético superior.

    Fabiano – Existe alguma contraindicação?

    Leonardo – Mulheres grávidas não devem ser submetidas a esse tratamento, assim como paciente com trombose aguda ou infecção ativa na perna. Lembrando que a úlcera varicosa não contra indica o procedimento, muito pelo contrário, é uma de suas principais indicações.

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    Fabiano – Realmente não é preciso fazer repouso nenhum, nem ficar afastado das atividades cotidianas?

    Leonardo – Não!!! essa é a grande vantagem em relação a cirurgia, repouso não só não é necessário como andar faz parte do tratamento.

    Fabiano – Esse tratamento oferece algum risco ao paciente?

    Leonardo – Nenhum tratamento médico é livre de riscos, na literatura o tratamento de espuma se mostrou tão ou mais seguro do que a cirurgia. Mas as principais complicações são as manchas na pele (tendem a desaparecer com o tempo), flebite (inflamação da veia), e fibrose (endurecimento da pele no trajeto da veia). Complicações graves são muito raras.

    Fabiano – As varizes podem voltar?

    Leonardo  – Sabemos que as varizes são uma doença crônica, portanto nenhum tratamento, incluindo a cirurgia, pode garantir que o paciente não voltará a sofrer com isso. Mas deve-se encorajar aos pacientes hábitos saudáveis, como praticar atividade física e evitar o sobrepeso afim de diminuir a chance de recidiva.

    MAIS INFORMAÇÕES:
1-Brito CJ e cols. Cirurgia Vascular . Ed. Revinter, 2a edição, 2008
2-Maffei FHA e cols Doenças Vasculares Periféricas. Ed.Guanabara Koogan, 4a edição, 2009 3- Stucker Markus, et al. Dermatol Surg 2010;36:983–992
5- Kalodiki E, et al. J Vasc Surg 2012;55:451-7
6- Guex JJ. Phlebology. 2009 Dec;24(6):270-4
7- Rabe E., et al. Dermatol Surg 2010;36:968–975 8- Breu FX, et al. VASA 2008; S/71, 3–29 9- Rabe E, Breu FX, Cavezzi A, et al; Guideline Group. European guidelines for sclerotherapy in chronic venous disorders. Phlebology. 2014 Jul;29(6):338-54.

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    leonardo
    (Arquivo Pessoal/Divulgação)

    Leonardo Stambowsky é cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular e endovascular pela SBACV/AMB, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Americana de Cirurgia Vascular. Leonardo@stambowsky.com.br

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