Segundo a Cabala, sistema filosófico-religioso judaico, tudo no mundo tem vida, inclusive os alimentos e as bebidas. Mas, assim como a alma das pessoas, não é possível medir ou enxergar a chamada cabalá dos alimentos, esse fluxo divino vindo do mundo superior – nem com microscópio ou em laboratórios de pesquisa. Por isso, devemos tomar muito cuidado com a indústria alimentícia, o modo de produção e a procedência de cada ingrediente, uma vez que a comida adulterada prejudica não apenas a nossa saúde física, mas também a nossa alma. Vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto:
- Qual é a origem dos alimentos?
Todos os alimentos e bebidas têm uma fonte espiritual muito elevada. Isso atrai o ser humano e provoca, às vezes, uma vontade louca de comer para se encontrar com essa energia superior. Devemos nos controlar a fim de não sermos levados por essa força, e sim elevá-la até o nosso nível.
- Como devem ser os alimentos que consumimos?
Os alimentos devem ser saudáveis, e também devem ser apropriados espiritualmente. É óbvio que não podemos consumir ingredientes que contenham corpos estranhos como papelão, venenos, hormônios e partes de animais proibidas para o consumo. Além disso, também é importante que sejam produzidos com honestidade, que o seu fluxo de energia não tenha sido pervertido e esteja integral para o absorvermos corretamente.
- Como devemos consumir os alimentos?
Os alimentos devem ser consumidos com boas intenções, não para satisfazer desejos ou gulas, mas para ter força, saúde e vida. Comer é uma luta, não só para não engordar e ter saúde, como para conseguir extrair e elevar as faíscas de energia cabalística que há dentro dos alimentos. Está escrito na Torá, conjunto de livros sagrados do judaísmo, que não devemos nos alimentar de mau humor, e que devemos estar sempre felizes ao comer.
Temos que escolher bem os alimentos, as quantidades, a frequência, a combinação, os lugares onde consumir e também o estado de espírito ao comer. Tudo que fazemos, comemos e falamos tem uma influência direta na nossa alma. Resumindo: tudo no nosso mundo tem um valor cabalístico, ou seja, uma contrapartida espiritual.
Yossef (Marcio) Zukin
Rabino, Professor, Pintor, Empresário, Escritor e Doutor
em Engenharia de Produção pela PUC-Rio e pela NCSU-USA