Domingo chega ao final a Copa do Mundo e desde a eliminação do Brasil, conversei com vários pais de pacientes e de amigos do meu filho. Todos, invariavelmente, falavam da frustração das crianças com a derrota da seleção de Tite.
A vitória do Brasil foi um sonho coletivo, inflado pelo marketing e pela mídia. Não se falou em outra coisa no último mês. E as crianças, claro, entraram no clima.
Mas nós, adultos, já estamos calejados com as (muitas) perdas diárias do cotidiano. Por mais difíceis que sejam, sabemos que são inevitáveis. A derrota do Brasil na Rússia é uma ótima oportunidade de apresentar às crianças um sentimento que as acompanhará por toda a vida: a frustração.
Ganhar a Copa do Mundo depende de tantas variáveis que não estão no controle de ninguém. E isso se repete em muitos pequenos fatos do dia a dia dos nossos filhos. Na minha casa, o que dissemos ao nosso pequeno Bruno é que o importante é ter a consciência tranquila de ter feito o que era possível.
Tem criança que não passa de ano. Tem jovem que não passa no vestibular. Tem outras que não conquistam a medalha da natação. Faz parte. Mas é preciso ter a certeza que o objetivo foi perseguido com empenho, determinação e justiça. Assim, ainda que o tal objetivo não tenha sido conquistado – a medalha, a faculdade ou a Copa, por que não? – ao menos a trajetória foi de aprendizado.
E será que no domingo choram as crianças francesas ou croatas?