Nas dezenas de atendimentos a clientes que fazemos semanalmente na MedRio, constatamos a deterioração no estilo de vida, em especial entre os executivos, nos últimos anos. Os meses de pandemia colaboraram para piorar ainda mais os maus hábitos e o resultado aparece nos exames: 51% apresentam níveis elevados de gorduras no sangue, 36% têm esteatose hepática, 60% excesso de peso, 22% têm hipertensão arterial, 78% apresentam altos níveis de estresse, 35% sofrem de insônia e 55% não praticam atividade física com regularidade e 20% são obesos.
As principais causas que explicam estes dados ruins são alimentação desequilibrada, consumo exagerado de álcool, tabagismo, noites mal dormidas, estresse crônico e sedentarismo, que levam ao crescimento de ocorrência de obesidade, diabetes e hipertensão arterial, sérios fatores de risco para acidente vascular cerebral (AVC).
O AVC é resultado da obstrução ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, causando a paralisia da área cerebral que fica sem circulação sanguínea, portanto, sem o aporte de oxigênio. Existem dois tipos de AVC: o hemorrágico (quando há rompimento de um vaso cerebral levando à hemorragia) e o isquêmico (quando há a obstrução de uma artéria, inviabilizando o fluxo de oxigênio para células cerebrais). Segundo o Ministério da Saúde, os hemorrágicos representam 15% dos casos, enquanto os isquêmicos atendem por 85% das ocorrências.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o AVC é uma doença que atinge mais os homens e é uma das principais causas de internações, incapacitação e morte no mundo. A maior incidência ocorre entre homens adultos mais velhos, mas a incidência em jovens e pessoas de meia idade tem apresentado crescimento nos últimos anos. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o número de mortes por AVC em pessoas com menos de 50 anos cresceu 17,9% no Brasil, entre 2011 e 2021, pulando de 18.919 mortes para 22.305 casos.
Entre os sintomas a que se deve prestar atenção estão fraqueza ou formigamento no rosto, perna ou braço em um dos dois lados do corpo, alteração na fala, confusão mental, alteração na visão, equilíbrio e dor de cabeça intensa e súbita. A agilidade no diagnóstico e no tratamento são fundamentais para ampliar as chances de recuperação. A confirmação do diagnóstico de AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia. A cada cinco anos os nossos clientes são orientados a realizar uma angio-ressonância do crânio, a fim de rastrear precocemente eventuais alterações vasculares e lesões expansivas cerebrais.
A realização de exames preventivos regulares, portanto, é peça-chave na prevenção não apenas do AVC, mas de diversas outras doenças associadas ao estilo de vida. Manter os exames em dia associados ao estilo de vida saudável é o melhor aliado na busca por longevidade com autonomia.
Saúde é prevenção!
Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, desenvolveu a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, Conselheiro estratégico da ABRH-Brasil e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-up.