Dezembro foi o mês escolhido para alertar à população sobre algumas das infecções mais insidiosas e silenciosas: as transmitidas pela prática sexual. Segundo informações do Ministério da Saúde, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, sendo transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções, mas, se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas complicações e levar a pessoa, inclusive, à morte.
De acordo com o Ministério da Saúde, a terminologia “Infecções Sexualmente Transmissíveis” (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (DST), porque ressalta a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas aparentes.
Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas as mais conhecidas são: Herpes genital; Cancro mole (cancroide); HPV; Doença Inflamatória Pélvica (DIP); Donovanose; Gonorreia e infecção por Clamídia; Linfogranuloma venéreo (LGV); Sífilis; Infecção pelo HTLV; Tricomoníase; Hepatites virais B e C e HIV.
Segundo o IBGE, um milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis no Brasil em 2019, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 traz ainda outro dado quanto a este cenário das ISTs: entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais. 17,1% dos entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59% em nenhuma vez. As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.
Segundo o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, atualmente cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral (medicamentos) e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável (intransmissível). No Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids. A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e 48,4% entre as mulheres.
Muitas pessoas vivem com DST sem sequer saberem. Por isso, check-ups periódicos são fundamentais para controle e acompanhamento não apenas destas, mas também de outras doenças. Saúde é prevenção!
Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check Up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).