IBGE: como o envelhecimento dos brasileiros impacta na saúde da população
Se a população brasileira está envelhecendo, que seja com saúde
Levantamento do IBGE a partir do Censo 2022 mostrou um país mais envelhecido. Nos últimos 12 anos, a população brasileira envelheceu mais rapidamente que nas décadas passadas. Pessoas com 65 anos ou mais já representam 10,9% do total de brasileiros: dos 203, 1 milhões, cerca de 22,2 milhões estão nesta faixa etária. Trata-se do maior percentual de idosos desde do primeiro Censo realizado pelo Instituto, em 1872.
Em números absolutos, o país tem mais idosos (22,2 milhões) do que toda a população do Estado de Minas Gerais (20,5 milhões). O número de idosos com mais de 65 anos teve um incremento de 57,4% em relação ao Censo de 2010. Na ocasião, a população nesta faixa etária correspondia a 7,4% do total de habitantes (ou 14,1 milhões de pessoas).
A curva de envelhecimento fica mais evidente se compararmos com épocas ainda mais distantes. Há 40 anos, em 1980, os idosos representavam apenas 4% da população (percentual mais que dobrou em relação ao Censo de 2022, chegando aos 10,9%). O Rio de Janeiro é segundo Estado com maior número de idosos, 13,1% (perdendo apenas para Rio Grande do Sul, com 14,1% da população). Além disso, o levantamento contatou também um aumento de seis anos na idade média do brasileiro (no último Censo era de 29 anos e agora passou para 35 anos).
Assim, estamos diante de uma estrutura populacional que já não é mais tão jovem e em franco processo de envelhecimento. O que isso significa para nossa sociedade e, mais especificamente, na área da saúde?
O envelhecimento da população acarreta uma série de impactos para o país, já que se vive mais e a procura por serviços de saúde tende a aumentar. Na outra ponta, com o menor número de jovens, a força de trabalho diminui e gera menos recursos para pagamento de benefícios, como as aposentadorias. As empresas investem em educar seus colaboradores para uma saúde plena e, eles tendem a viver mais e se manterem produtivos por mais tempo. É fundamental investir na saúde física e emocional dos funcionários. Isto irá impactar diretamente na produtividade e na competitividade de qualquer empresa, além de gerar o sentimento de segurança e bem-estar por parte de todos.
Práticas visando a prevenção tendem a reduzir a demanda de procedimentos de alta complexidade. Questões geralmente associadas à idade, como doenças crônicas: câncer, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, tendem a crescer, mas podem ser evitadas mediante a adoção de um estilo de vida saudável: praticar atividades físicas regularmente, controlar o peso, o diabetes, os níveis de colesterol e triglicerídeos, ter uma alimentação balanceada, não fumar, evitar o excesso de sal e de bebidas alcoólicas, gerenciar o estresse, controlar a pressão arterial e dormir bem. O check-up médico anual complementa os cuidados com a saúde no cotidiano, a fim de evitar surpresas em relação à saúde.
Se a população brasileira está envelhecendo, que seja com saúde, a melhor “vacina” para o bem viver e para se atingir a longevidade com autonomia.
Saúde é prevenção!
É nessa fase da vida em que aumenta os custos com a manutenção da saúde.
Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-Up.