‘Escute o seu Silêncio’ é a carta do Tarot Zen como proposta para 2025

Tudo começou quando eu tirei uma carta do Tarot Zen do Osho para o final do ano… e veio o silêncio.

“Você está possuído, você nem mesmo existe mais: o que existe é o todo. Neste momento, à medida que o silêncio o penetra, você está sendo capaz de compreender a significância dele. Os tempos mudam, o mundo continua se transformando, mas a experiência do silêncio, a alegria que vem dele, permanece a mesma. Essa é a única coisa em que você pode confiar, a única coisa que não morre. Esta é a única coisa que você pode chamar de seu próprio ser”

E, assim, escolhi o tema para a última coluna de 2024. Silêncio como retiro, de dar a si mesmo um momento de pausa, de reconexão ou como forma de reabastecimento pessoal? O silêncio é uma oportunidade para acessar e processar tudo que nos foi vivido e aprendido, e assim começar o ano de forma mais consciente e transformadora. Osho já dizia: “fique quieto e saiba”, ouça o silêncio, enamore-se por ele e deixe que ele fale por você.

Mas por quanto tempo um ser humano consegue se manter em silêncio completo? É quase impossível. Quando quietos, nosso pensamento é que invade, isso se não estamos escrevendo na internet, falando por lá através de memes, textos e vídeos. Fora o barulho dos carros, das sirenes, das pessoas andando nas ruas. Segundo um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde com a Comissão Europeia cerca de 18 mil mortes, 80 mil internações e 900 mil casos de pressão alta por ano estão ligadas à exposição prolongada a ruídos acima dos limites toleráveis. Estabelecer horários de silêncio em períodos do dia evitando o uso de tecnologia pode ser especialmente útil até mesmo para conseguir dormir melhor.

Em 2009, o ecologista acústico Gordon Hempton, em seu livro “Um pequeno espaço silencioso — a busca de um homem pelo silêncio natural em um mundo barulhento”, classificou o silêncio como recurso natural que desapareceria mais rapidamente da natureza.

É comprovado que o silêncio tem grande importância para manter a saúde mental em dia. Mas como atingir esse lugar tanto de silêncio externo quanto interno? O caminho é descobrir qual a melhor maneira de se reconectar com você e, cada vez mais, as pessoas buscam por isso. Em 2020, as buscas pelos termos meditação e mindfulness (ou atenção plena) atingiram o recorde dos últimos 16 anos, segundo levantamento do Google. Em relação a  2019, a pergunta “como fazer meditação para ansiedade” cresceu 4.000% e o aumento de “benefícios da meditação” chegou aos 200%

O comportamento entre os usuários da Aquarius, plataforma de streaming dedicada exclusivamente a filmes, séries, documentários, palestras e entrevistas sobre saúde e bem-estar não é diferente. Entre os 20 filmes mais assistidos da Aquarius estão 3 títulos que abordam o tema silêncio: “Zen – O Silêncio e a Prática da Atenção Plena”, “Going Om – O Som do Equilíbrio” e “Em Busca do Silêncio”. 

Sinopse – “Zen: o Silêncio e a Prática da Atenção Plena”. A palavra “zen” se tornou sinônimo de tranquilidade e meditação. Mas o que é zen? Como é esse estilo de vida? No Mosteiro Luz Serena, o primeiro mestre zen espanhol Dokushó Villalba e a comunidade que lá vive compartilham suas experiências. Conheceremos o cotidiano, a filosofia de vida e quais contribuições essa forma de estar presente e centrada no aqui e no agora pode oferecer para nossas vidas.

Letícia Monteiro,  arquiteta e urbanista que usa a psicologia aplicada à arquitetura, acredita que o ambiente dentro de casa pode ajudar nessa busca pelo silêncio, por estar em conexão consigo mesmo. Segundo a arquiteta, hoje em dia já existem dados e pesquisas científicas que comprovam o quanto o ambiente, principalmente a nossa casa, afetam a nossa mente, sentimentos e nosso bem estar, e por isso é tão importante vivermos em uma casa que tenha a nossa personalidade, nossa essência,  que seja nosso habitat natural.

“Ter uma conexão real com a casa nos deixa mais seguros e confiantes, nos ajuda a lidar com nossos sentimentos e a relaxar. Para que essa relação entre morador e casa seja profunda e de pertencimento é necessário o cliente se entender para que seja possível transformar sua casa em seu habitat natural. O projeto funciona como um processo de autoconhecimento para o cliente, que muitas vezes não sabe ao certo do que gosta ou não gosta. Através de técnicas da psicologia e da psicanálise, como a associação livre e a escuta ativa, conseguimos captar o self (essência, como ele mesmo se enxerga) do cliente, seu estilo e memórias afetivas e essas informações nos dão o caminho para elaborar conceito, escolha de cores e materiais, estilo de móveis e decoração”, diz Letícia.

Os antigos já sabiam que o bem-estar vinha de hábitos simples que permitissem que a gente tivesse momentos de silêncio interno. Isso era natural. Mas hoje em dia a lógica da vida está tão invertida que as pessoas estão precisando ‘encaixar’ o silêncio na rotina delas. “O silêncio é para ser algo natural. Se a gente está precisando inseri-lo na rotina, isso é o sinal de uma sociedade que precisa se curar”, diz Lívia França, diretora e fundadora do Devaki Brasil .

“Muita gente me procura em busca de bem-estar interior, de paz. Elas estão perdidas, com uma sensação de que algo importante está faltando. A meditação pode se tornar uma grande aliada nesse processo, mas aí a gente precisa ir com gentileza, porque uma mente acelerada não vai encarar a meditação logo no começo como algo fácil”. 

Para isso, a dica para as pessoas que estão querendo experimentar trazer a meditação ou o silêncio para a rotina delas começam com pequenas pausas de 3 ou 4 minutos ao longo do dia, na medida do possível, observando com gentileza a respiração. “Se você experimentar fazer isso, você vai se surpreender com o nível de qualidade que isso pode trazer para sua saúde mental”.

FELIZ ANO NOVO!

Beijos,

Helen

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