Histórias do futebol carioca

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Em 1989, no reencontro entre Flamengo e Bebeto, brilhou Bujica, o caçador de marajás

Nesta quarta teremos, finalmente, o primeiro encontro entre Ronaldinho e o Flamengo desde que o R10 deixou a Gávea para virar R49 em Belo Horizonte. A história do futebol é repleta de encontros desse tipo, principalmente dos anos 90 para cá, quando as trocas de clubes (e os discursos de amor eterno e beijos no […]

Por Bruno Salles
Atualizado em 25 fev 2017, 19h19 - Publicado em 26 set 2012, 02h47
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  • Nesta quarta teremos, finalmente, o primeiro encontro entre Ronaldinho e o Flamengo desde que o R10 deixou a Gávea para virar R49 em Belo Horizonte. A história do futebol é repleta de encontros desse tipo, principalmente dos anos 90 para cá, quando as trocas de clubes (e os discursos de amor eterno e beijos no escudo a cada apresentação de jogador) passaram a ser muito mais corriqueiras.

    Mas se tem um encontro que ficou na memória de todos foi o primeiro jogo de Bebeto contra o Flamengo, em 1989.

    Bebeto e Flamengo estavam negociando a renovação do contrato do Baianinho após o encerramento 1º semestre da temporada de 1989, no período em que o jogador estava servindo a Seleção na Copa América. Havia diferença considerável entre as propostas e a estratégia do Flamengo foi endurecer e tentar vencer pelo cansaço.

    A legislação da época, mais de uma década antes do fim do passe, determinava que o clube deveria fixar o valor do passe do jogador sem contrato na federação, em valor proporcional à proposta feita, idade do jogador e tempo de clube, e o passe de Bebeto foi fixado em 7,5 milhões de cruzados. O Flamengo se arrependeu amargamente da estratégia adotada, afinal logo o Vasco fez o depósito, comprou o passe e fechou com o jogador.

    Naquela época Eurico Miranda era diretor de seleções da CBF, o que aumentou ainda mais a raiva dos rubro-negros. Ficou a ideia de que o cartola aproveitou sua posição para influenciar na tomada de decisão do atacante. Outro vilão foi o procurador do jogador, José Moraes, cuja atuação foi vista como decisiva na decisão de desistir de esperar pelo Flamengo e fechar com quem estava disposto a pagar o preço do passe.

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    Alguns meses depois, em 05/11/1989, pela 13ª rodada do Brasileiro, finalmente Flamengo, Vasco e Bebeto se encontraram. O público de 59.076 pagantes foi o recorde daquele campeonato. Quando a bola finalmente rolou o que se viu foi uma bela atuação dos veteranos Zico e Júnior, os demais jogadores do Flamengo muito aplicados, a estrela do centroavante Bujica brilhando com os dois gols da vitória por 2×0, Bebeto perdendo a cabeça e sendo expulso após o 2º gol rubro-negro e a torcida do Flamengo em delírio cantando Beth Carvalho, “vou festejar, o teu sofrer, o teu penar, você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.

    O jogo ocorreu em meio à reta final da campanha para as eleições presidenciais de 1989, as primeiras eleições diretas em quase 30 anos. A campanha teve muitos candidatos e diversos slogans marcantes. Entre eles alguns que ficaram associados ao jogo. Zico e Júnior cantarolavam no vestiário o jingle de Ulysses Guimarães, “bote fé no velhinho, que o velhinho é demais”, e a torcida rubro-negra criou adesivos com o slogan de Collor, “caçador de marajás”, em homenagem a Bujica, o carrasco da Selevasco.

    Veja a matéria da Revista Placar com a descrição do dia-a-dia da negociação que levou Bebeto para o Vasco.

    Reveja os gols de Bujica, o caçador de Marajás.

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