O Brasil perdeu um de seus maiores personagens, com a morte do arquiteto Oscar Niemeyer. Autor de inúmeros projetos de todos os tipos em diversos lugares do mundo, construídos nos últimos 80 anos, nem sempre Niemeyer apresentou a melhor solução, como por exemplo no concurso de projetos para o estádio de futebol a ser construído para a Copa do Mundo de 1950.
Niemeyer declarou inúmeras vezes que o projeto vencedor, da equipe formada por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro, era, na opinião dele, um primor.
Veja, por exemplo, o que disse Niemeyer a Geneton Moraes Neto, em entrevista concedida nos anos 90.
“[…] Geneton: O senhor – que gosta de futebol – participou do concurso para escolha do projeto para a construção do estádio do Maracanã. Como seria o Maracanã de Oscar Niemeyer?
Niemeyer: O meu estádio seria pior. Naquele tempo,a ideia que tínhamos de arquitetura em relação a estádio de futebol era fazer uma única arquibancada do lado em que o sol não batesse na cara do espectador. Depois,ao começar a frequentar estádios,vi como era importante existir arquibancada também do outro lado. O sujeito vê o campo, vê o jogo, mas precisa ver também a alegria do estádio! Então, um estádio circular, como o Maracanã, é a solução melhor […]”
Niemeyer, que pode-se dizer, entendia de projeto, considerava que o anel do Maracanã era “a solução melhor”. Os responsáveis pela reconstrução do estádio não concordam, tanto que o formato deixará de ser esse.
O Blog reverencia a mentalidade e o coração de Niemeyer e o ótimo projeto original do Maracanã.