Bebeto foi um dos grandes atacantes da história do futebol. Cria do Vitória, se profissionalizou no Flamengo e, no Rio, jogou, ainda, por Vasco e Botafogo. Desenvolveu boa parte da carreira muito próximo de Romário, seja como rivais, por Flamengo e Vasco entre 1986 e 1988, e por La Coruña e Barcelona entre 1993 e 1994, seja como dupla “nascidos uma para o outro” da Seleção, nas Olimpíadas de 1988, na Copa América de 1989 e na Copa de 1994.
A Seleção chegou aos Estados Unidos para a Copa de 1994 carregando um certo favoritismo não pelo brilhantismo do futebol ofensivo de outras Copas, mas dar mostras que a fórmula que fracassou em 1990, mescla de forte esquema defensivo com brilhantismo individual ofensivo, daria certo na terra do Tio Sam.
O brilho individual ofensivo deveria ser protagonizado pelo camisa 10 Raí e pela dupla Bebeto e Romário. Mas a má fase de Raí, que havia começado bem antes da Copa, fez Parreira substituí-lo por Mazinho, que entrou mais para defender que para criar, e o ataque da Seleção ficou praticamente resumido à dupla de “nascidos um para o outro”.
A história registra Romário como protagonista, Bebeto como coadjuvante de luxo e o resto do time como a base que deu condições à dupla para brilhar, o que talvez seja uma certa injustiça com Bebeto, que jogou tão bem e fez quase tantos gols quanto Romário, mas leva uma goleada em termos de carisma e estrela.
Bebeto marcou três vezes na campanha do tetra, contra Camarões na primeira fase, contra os Estados Unidos nas oitavas de final e contra a Holanda nas quartas de final, os dois últimos com brilhantes participações de Romário (passe milimétrico e fuga da jogada para evitar impedimento) e comemorações que entraram para a história (“eu te amo” e ninando simbolicamente o filho recém nascido).