Rota Ecológica de Alagoas: um destino de mar azul e natureza intocada
Nas viagens pós-Coronavírus, vamos buscar lugares de natureza remota pelo Brasil. Nesse post, listo uma série de destinos para planejar uma trip no futuro.
Se tenho alguma ideia sobre o futuro das viagens no pós-Coronavírus, é que buscaremos lugares de natureza mais remota pelo Brasil. Gastos em reais, fronteiras que não correm o risco de serem fechadas de um dia para o outro, e a necessidade de evitar aglomerações me levam a crer nessa tendência. Pensando nisso, falo hoje da Rota Ecológica de Alagoas para quem quiser planejar uma viagem num futuro bem breve. Lá, o barato é salgar a alma, curtir o mar, o silêncio e comer uma boa moqueca. Como diz a querida Adriana Didier – dona da Pousada Borapirá – um lugar onde em vez de animador, tem desanimador. 🙂
Veja o vídeo e me fale se não estou certa: a Rota é quase o Brasil nos tempos de Cabral. Mas, por enquanto, fique em casa. Aproveite esse tempo para pesquisar e planejar essa viagem. Vale à pena.
A Rota Ecológica de Alagoas:
Coqueiros a perder de vista, areia branca, piscinas naturais. A Rota Ecológica de Alagoas é um trecho litorâneo de aproximadamente 30 km de extensão, que começa em Barra de Camaragibe e vai até Porto de Pedras, e reúne as praias intocadas de São Miguel do Milagres, do Toque, Tatuamunha, Laje e Patacho, entre outras.
Sãoo muito bem protegidas e preservadas, quase sem acesso de veículos e sem estruturas hoteleiras comerciais. O que se encontra são algumas pousadas charmosas, intimistas e escondidas entre a vegetação.
As praias são uma do lado da outra, e você pode percorrê-las a pé – se tiver disposição -, de bike ou de carro. O bacana é que a estrada não passa pela beira-mar, e sim por dentro dos vilarejos, o que garante ma vista maciça de coqueiros para quem está na areia.
Para famílias: trenha em mente também que as praias são vazias e sem barracas, então se você viaja com crianças , leve água e lanchinhos, e não se esqueça de carregar seu lixo (leia nesse post mais dicas de praias no nordeste com bebês)
Quando ir para essa região:
A alta temporada é entre dezembro e fevereiro, quando acontece o ano novo e as férias escolares. Melhor evitar esses meses. De outubro a março, costuma fazer sol, e é mais vazio.
Vale lembrar que uma das atrações da Rota são as piscinas que se formam nos corais durante a maré baixa, portanto, tente considerar o mapa de marés ao agendar a viagem.
Como chegar:
A capital alagoana de Maceió é a cidade mais próxima da rota ecológica e é onde indicamos chegar de avião. Depois, é só seguir pela AL-101, em uma viagem de aproximadamente 1:40h até Barra de Camaragibe, onde começa o roteiro.
Se precisar alugar carro, use o Rentcars ou o Rentalcars , dois buscadores que fazem a varredura das locadoras com melhores preços. Eu recomendo que você alugue, para ter mais liberdade de locomoção.
Onde se hospedar na Rota Ecológica de Alagoas:
O trecho da rota ecológica é de apenas 30 km, e de carro leva cerca de 45 minutos apenas para ir de um extremo ao outro. Sendo assim, não é preciso trocar de hotel; basta escolher o que você curte mais.
Eu adoro a Pousada Borapirá, em Tatuamunha. É onde fico sempre. A propriedade é grande, parece uma fazenda de coqueiros com bangalôs espalhados pelos jardins, longe uns dos outros, e a praia logo em frente com piscinas naturais . É uma ótima opção para ir com crianças, porque o foco da Bora é família.
Vale dizer que o restaurante da Pousada Borapirá é incrível, e leva a assinatura do selo Beijupirá. A moqueca é divina.
Já se a ideia é curtir uma viagem a dois, indico a pousada Aldeia Beijupirá. Pertence aos mesmos donos da Pousada Borapirá, mas só aceita hóspedes a partir dos 16 anos. Fica na praia do Laje, e tem uma piscina com uma longa raia, bangalôs brancos e arejados, e um belo jardim.
Rota Ecológica de Alagoas: as praias imperdíveis
Há muitas praias no trecho da Rota, e as mais bonitas são:
- Praia do Patacho
- Praia do Lage
- Tatuamunha: tem piscinas naturais belíssimas, e menos cheias que as de São Miguel. É também nessa praia que deságua o Rio Tatuamunha, onde fica o projeto de preservação do peixe-boi. Com sorte, pode-se ver o mamífero nadando no mar.
- Toque
- São Miguel dos Milagres: é a mais desenvolvida de todas, já com alguns bares na areia. Tem lindas piscinas naturais, mas são mais cheias que as das outras praias
O que fazer na Rota
Praia é o que se tem para fazer na rota, mas com algumas variações.
A rota está no caminho da barreira de corais Mesoamérica, e segunda maior do planeta. Dito isso, as piscinas naturais estão por toda parte e, para chegar nelas, o passeio é de jangada, daqueles coloridos e de madeira.
É um passeio que se faz de acordo com o maré – precisa ser na vazante – e que dura uma manhã ou uma tarde. Se estiver na Borapirá, tente marcar com o barqueiro a saída em frente à pousada, e vá para as piscinas de Tatuamunha.
Para quem estiver sem carro, há também o passeio de buggy pelas praias, que leva ainda às oficinas de artesãos e para tomar um café com seu Coconha, um dos pescadores mais antigos da região. Quem faz é a Luck Receptivo, e adorei esse contato com a comunidade local.
Também achei um barato pedalar pelas praias da Rota. A paisagem é belíssima, o chão é de areia batida e durinha, e dá pra fazer o circuito de todas as praias. Quem aluga as bikes é o Julio, wpp dele é o (22) 9344-4874, e a locação sai por $30 cada bike pelo dia todo.
Por fim, mas não menos interessante, há o projeto de conservação do Peixe-Boi. O animal estava quase extinto, mas uma iniciativa do ICMbio com a população local transformou o rio Tatuamunha em santuário, e hoje é feito um trabalho de proteção e salvamento dos peixes-boi no local. Há visitas diárias de jangada ao santuário, mas como há um número limitado de pessoas que podem acessar a área, sugiro marcar com antecedência.
Uma informação que sempre gosto de contar é que a sede do projeto ocupa um terreno doado pelas pousadas Borapirá e Aldeia Beijupirá.
Onde comer:
Temperos locais, ingrediente da horta, do mar para a mesa, e até italianos finos. A rota é um prato cheio de delícias.
Adoro o restaurante da Pousada Borapirá, como falei acima. No menu, que tem o DNA do restaurante Beijupirá (o mesmo de Olinda e Porto de Galinhas) tem moqueca, camarões puxados na manteiga de garrafa servido com arroz de passas de caju, e sobremesa de goiabada cascão com requeijão. Mas também tem pratos para crianças, salvando qualquer família.
Dos mesmos donos, tem o Amor, inspirado nos aromas mediterrâneos. Fui de ravióli Aperto com camarões flambados e molhos de queijo, e pedi profiteroles de sobremesa. Isso tudo regado com o vinho Contador de Estórias, um tinto de Setúbal. O Amor fica na praia da Lage, em frente à Aldeia Beijupirá.
Outro que gosto muito é o Quintal, no Toque. Lá, os pratos são feitos com ingredientes colhidos da horta orgânica, e tem delícias como o carpaccio de melancia com manjericão, queijo e castanha.
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