Ilha Grande, o paraíso é aqui
Passeio de barco, praias cristalinas, canoa para ver o sol nascer, restaurante no mangue estão entre o que fazer no destino a poucas horas do Rio
Um misto de Mediterrâneo com América Central, mas a poucas horas do Rio. A Ilha Grande guarda praias preciosas e intocadas nos seus 193 quilômetros quadrados, emolduradas por picos cobertos de floresta, mata de restinga e mangues preservados por dois parque estaduais, uma APA e pela reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. É o paraíso, e a menos de 2 horas da capital carioca. Um dos nossos lugares preferidos na costa sudeste.
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Como chegar:
Há barcos saindo de Angra e Conceição de Jacareí. Jacareí é mais próximo do Rio (2h) e da Ilha Grande (20 minutos de flexboat).
Os horários são de hora em hora, tanto para ir, quanto para voltar, sempre das 8h às 17h. O valor por trecho é R$ 50,00 e o o bilhete pode ser comprado na hora.
Para estacionar em Conceição de Jacareí, indico o Marcio Vista Mar (wpp 21 98916-9222) que fica em cima do píer, e tem partes cobertas. O valor é R$30,00 por dia, com desconto para estadas mais longas.
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Onde se hospedar na Ilha Grande
Se a ideia for uma imersão na natureza da ilha, o melhor lugar é o Jungle Lodge Ilha Grande.
Já na entrada, uma placa avisa aos visitante: cuidado, pouco contato com a realidade. É por aí.
O Jungle Lodge é uma cabana de selva em plena Ilha Grande, com um dos conceitos mais sustentáveis que já vi. Ela é charmosa: tem teto de sapê, cama com dossel e é toda de madeira. O café da manhã tem pãozinho, fruta, suco feito na hora, tapioca e o frescor de quem acorda vendo folha de coqueiro balançar.
E é também cercada de árvores por todos os lados, tem apenas o mar no horizonte, e não tem janelas para aproveitar melhor a luz do sol e o vento. Segue o fio da bioarquitetura e do turismo sustentável, e para chegar, é preciso fazer uma trilha de 20 minutos a partir da praia do Abraão.
A experiência é muito bacana, mas é preciso ter em mente que não é um lugar para quem curte badalação. Aqui, a história é outra.
Já se a ideia for uma pousada mais central e convencional, recomento a Casablanca. Fica na Vila do Abraão, a cinco passos da praia, do lado dos restaurantes e bares, mas numa ruazinha tranquila e silenciosa.
Piscina e praias secretas
Para conhecer mesmo a ilha, você vai precisar fazer o passeio de barco; ou, se tiver bastante disposição e tempo, seguir pelas trilhas.
No mar, a LIG Lanchas (Lanchas Ilha Grande) é uma das mais conhecidas, e a que eu mais gosto. Tem lanchas de até 15 pessoas, sem muvucada, e o Jota (wpp 24 99989-0936), sócio da empresa, é um explorador do mar que conhece cada centímetro da costa.
Para quem gosta de praias fora da rota das escunas, ele tem sempre uma parada diferente. E roteiro paradisíacos diferentes dos feitos pela agências convencionais.
Um dos passeios de barco da LIG deles passa pelas praias de Grumixama, Lagoa Azul, Bananal e Aripeba, uma praia linda que me lembrou bastante as calas de Menorca.
Volta à ilha
Caixadaço, Aventureiros, Parnaioca, Praia dos Meros. O passeio de barco da LIG de volta à ilha dura das 9h às 17h, e vale muito à pena.
Parnaioca e Meros são as minhas preferidas. Meros, mesmo em dias de mar agitado, tem águas sempre tranquilas e absurdamente cristalinas, emolduras pelas montanhas verdes e muitas árvores.
A Parnaioca é um caleidoscópio de paisagens. O canto esquerdo é abrigado e tem mar calmo. Do outro lado da praia, um rio largo e de cor avermelhada desce pelas montanhas verdejantes e deságua no mar. Quem subir a trilha que margeia o curso d’água vai encontrar ainda uma bela cachoeira. Lembra a Costa Rica, só que fica logo aqui.
Paradisíacas sob medida
Montamos um roteiro paradisíaco sob medida com a LIG para conhecer Cataguases, Lagoa Verde e Praia dos Macacos. A dica para achar a Lagoa Verde é rumar pro lago da Furada.
Cataguases também costuma encher muito, com escunas inclusive, e para encontrar assim vazia, chegamos 9h, e fomos dia de semana.
Comparo Cataguases a Coron Island, nas Filipinas, e a outras paisagens que vi na Tailândia. Um punhado de ilhas juntas, com muita vegetação e ligadas por faixas de areia, e água azul muito transparente.
Restaurantes ao ar livre , e com pôr-do-sol
Aqui vão duas cerejas, onde fomos durante os passeios com a LIG Lanchas.
- restaurante Refúgio das Caravelas, dentro do mangue, no Saco do Céu. Só o lugar já valeria: para chegar no o restaurante, é preciso trocar a lancha por um barquinho, e seguir pelo pequeno rio que corre no meio da vegetação. Pedimos o pastel de camarão, ótimo, moqueca e um peixe empanado – crocante e sequinho – com banana da terra e pirão. Não podia ser melhor.
- restaurante Peixe com Banana, na praia de Maguariquessaba: fomos de camarão com catupiry, regado a cerveja Corona geladíssima, sob a sobra de amendoeiras frondosa e vendo o poente no mar.
Canoa Havaiana para ver o sol nascer.
Na Ilha Grande, o sol nasce redondo próximo a Abraão, e para quem gosta do ritual, melhor que ver da areia é entrar na canoa havaiana e seguir pelo mar. Quem faz o passeio é o Índio (wpp 24 99916-2097), e a remada, depois que o sol nasce, segue até a praia da Feiticeira.
Para quem tiver espírito de aventura, é possível seguir ainda uma trilha de meia hora pela floresta até a cachoeira, e fazer o rapel. Tudo com o Índio.
E tenha sempre consciência. Use máscara e mantenha o distanciamento. Em passeios, se puder, opte pelos privativos.