O home office até poucos dias atrás era considerado um “privilégio” de poucos. A palavra não está entre aspas à toa. Isso porque havia de modo geral um certo preconceito em relação ao sistema de teletrabalho, como é chamado em português, como se o profissional que trabalhasse nessa modalidade tivesse a sorte de ficar de pijama o dia todo. Todo mundo desconfiava que fosse possível, mas a urgência da necessidade de isolamento social no combate ao coronavírus está mudando as relações de trabalho.
Em uma semana boa parte das empresas, lojas e até médicos do Rio de Janeiro se organizaram para começar de imediato a funcionar em sistema home office. Na medida do possível na atual circunstância de pandemia mundial, está dando certo. Reuniões no modelo de teleconferência e decisões importantes estão sendo tomadas pelas ligações de vídeo do WhatsApp.
O modelo de isolamento imposto pela Covid-19 fez com que funcionários, chefes e empreendedores se reorganizassem. Ao se distanciar fisicamente, todos, ou quase todos, perceberam a importância da confiança, do profissionalismo e do comprometimento. Perguntas não podem ficar sem respostas, ordens precisam ser executadas e prazos devem ser cumpridos. Todos fazem um esforço ainda maior para que este modelo dê certo e para minimizar o impacto no negócio.
Eu mesma nunca imaginei ser possível fazer atendimentos online do ateliê de noivas. Nesta readaptação – que esperamos ser momentânea mas fundamental para o bem de todos –, descobri novas formas de me relacionar com clientes e de liderar e conduzir a equipe. O que estamos aprendendo com o coronavírus, em termos de relações de trabalho é que os laços profissionais sairão mais fortes e todos saberemos quem está no barco e quem não está.
Essa pandemia de alguma maneira conclama especialmente os heads das grandes empresas, que achavam que suas estruturas não eram capazes de funcionar de maneira diferente. É o momento para eles reinventarem as relações de trabalho e repensarem seus negócios tendo o bem estar coletivo em mente. Essa é a hora para se comprometer com um propósito real, e não apenas de marketing.
Não gostaria de dizer isso nestas circunstância tão preocupantes do ponto de vista da saúde pública e do sistema econômico, mas estamos tendo a chance de mudar os hábitos e todo um sistema de trabalho para o futuro. O mesmo vale para os consumidores, que estão descobrindo novas formas de consumo sem se deslocar. Muita gente que nunca fez compra online está se arriscando a fazer supermercado pelo site e compras em lojas virtuais, e se surpreendendo positivamente.
Estamos dando um passo sem volta. Ainda não sabemos como sairemos desta, mas será um mundo novo, sem dúvida. No mais, fiquem em casa!