A supermodelo Gisele Bündchen completou 40 anos esta semana. Engajada nas causas ambientais, pediu doações para plantar 40 mil árvores, mas sua capacidade de influenciar é tão grande que em menos de uma semana já conseguiu mais de 200 mil – só ela e o marido, Tom Brady, doaram 80 mil juntos. O gesto ambicioso de criar uma plataforma e se comprometer com o plantio das mudas confirma que sua trajetória é feita de sonhos grandes, e foram estes sonhos realizados com determinação que a levaram tão longe.
Gisele e sua vitoriosa carreira fizeram mais pela moda brasileira do que qualquer outro estilista ou mesmo produto. Erra quem pensa que o fato de ela ter se tornado “a” übermodel abriu portas apenas para as modelos brasileiras. Ela abriu portas também para inúmeros profissionais brasileiros e para marcas e estilistas que trabalham em outros países. Gisele mudou a visão de muitas marcas internacionais sobre o profissionalismo brasileiro. Pontual, focada e muito comprometida ela acabou se tornando uma espécie de embaixadora do Brasil.
Como já contou, ela chegou a ser rejeitada 42 vezes em castings no início da carreira. Isso pode parecer muito, mas esta é a vida da maioria das modelos. Até que tudo mudou em 1998, depois de ser a estrela do desfile de Alexandre McQueen que a definiu como “The Body” (O Corpo) e de estrelar no ano seguinte pela primeira vez a capa da “Vogue” americana com o título “o retorno da modelo sexy”.
O bacana é que ao longo da carreira, ela conquistou uma voz muito além do que se espera de uma modelo. Envelhecer fez dela uma mulher ainda mais bonita – porque, sim, Gisele continua deslumbrante. Dedicada verdadeiramente a lutar pela preservação do meio ambiente e disposta a dividir com seus 16 milhões de seguidores no Instagram palavras de motivação exercícios de meditação e gestos de amor. Aos 40, ela é definitivamente muito mais interessante que aos 20, quando foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela revista “Rolling Stone”.
Escrever sobre ela me faz refletir também sobre o que significa hoje fazer 40 anos, uma idade que para algumas mulheres costumava vir acompanhada de alguma crise e agora tem outra conotação. Aos 40, com as novas tecnologias e a difusão de informação sobre autocuidado, a mulher continua tão bonita quanto aos 30, já conseguiu se consolidar na sua profissão e realizou muitos sonhos na vida pessoal. Penso que aos 40, hoje, a mulher já se sente mais livre para descobrir novas maneiras de atuar no mundo sem ter que provar nada para ninguém. Logo mais, em setembro, eu mesma também completo 40 e é bom olhar para o mundo e ver que mulheres da minha idade seguem realizando feitos incríveis como plantar mais de 200 mil árvores de presente de aniversário. Parabéns, Gisele!
Julia Golldenzon é estilista especializada em festas e noivas. Formada em Comunicação Social pela PUC-Rio, ela trabalhou em marcas como Farm e La Estampa e, desde 2013, tem um ateliê no Leblon, que leva seu nome.