Birkin Bag, Lady Dior, Jackie, Chanel 2.55, Baguette. Para bom entendedor de moda, estes nomes bastam para saber o tema da coluna. Sim, as it bags: as bolsas icônicas que conseguiram fazer história tanto pelo design quanto pela fama. São as celebridades das grandes marcas de luxo. Ter uma it bag em seu catálogo é quase um requisito para ser considerada realmente uma big brand internacional. Cientes de que há muita história por trás de uma “simples” bolsa, o museu Victoria & Albert, de Londres, inaugurou a exposição “Bags: Inside out”, que fica em cartaz até setembro.
Eu amaria ver de perto esta mostra, mas não sei se nós brasileiros teremos esta chance até lá. Apesar das incertezas impostas pela pandemia, fiz um passeio virtual pela mostra e resolvi dividir um pouco com vocês minhas impressões. Dono de um dos principais acervos de vestuário do mundo, o V&A conseguiu mostrar a criatividade por trás deste acessório, desde a bolsa de máscara de gás usada da rainha inglesa Mary durante a Segunda Guerra Mundial, passando pelos baús Louis Vuitton do início do século XX até o modelo Baguette da Fendi, que se popularizou na série Sex & The City com a personagem Carrie Bradshaw. São mais de 300 peças na exposição, que explora a função, o status e a habilidade artesanal desses objetos altamente cobiçados , com itens desde o século 16 até os dias de hoje.
As it bags sempre foram objetos de desejo – uma espécie de porta de entrada para o mundo da moda para além do fast fashion. Eu me lembro be da minha primeira bolsa grifada, uma Damier, modelo clássico da Louis Vuitton. Não foi fácil escolher qual comprar porque, como eu já trabalhava com moda na época, desejava muitas bolsas ao mesmo tempo. Embora tenha sido um presente de aniversário, considerei minha primeira compra, porque paguei metade do valor – foi a maneira como consegui ter minha primeira it bag. Como estas peças são feitas com materiais e execução de altíssima qualidade, elas podem chegar a custar até R$ 30 mil reais. São bolsas para a vida toda, que valem o investimento pela durabilidade e atemporalidade de seu estilo.
Como sempre apostei no estilo high-low, gostava de misturar as it bags com peças fast fashion. De alguma maneira, através da bolsa você expressa muito de sua personalidade, do estilo de vida e do que é essencial para você. Há quem só consiga sair de casa com uma maxibolsa carregada de um tudo. Outras mulheres preferem modelos menores só com o essencial. As bolsas projetam declarações ousadas para o mundo exterior, ao mesmo tempo que escondem nossos pertences mais preciosos.
Confesso que hoje, tantos anos depois da minha primeira it bag, me interesso mais por peças diferenciadas, novos designers, bem acabadas, independente de marcas. Meu conceito mudou bastante de lá para cá. Tenho apostado mais em marcas nacionais, e de preferência locais, ou seja, cariocas. Não digo que deixei de ser uma consumidora de it bags – minha última compra foi há três anos – mas hoje avalio melhor minhas escolhas e os porquês e percebo que, entre as consumidoras de it bags, não sou exceção. Há um movimento de valorizar o design local que se acelerou especialmente pós pandemia.