Quem ama moda e cinema sabe que noite de Oscar é aquele momento divertido de escolher looks prediletos, ver as novidades na make e saber se seus filmes favoritos foram premiados. Se este ano ainda não pudemos ver a típica aglomeração da chegada das estrelas e as entrevistas no tapete vermelho, já começamos a ver uma luz no fim do túnel em termos de eventos e pandemia. O evento, que aconteceu num salão da Union Station, uma histórica estação de trem em Los Angeles, foi pautado pela dispensa do uso de máscaras pelas estrelas em cena – exatamente como em um set de filmagem atual – distanciamento social, com mesas afastadas no lugar das poltronas coladinhas do famoso Dolby Theatre, e doses pontuais de glamour.
Os protocolos de prevenção da Covid-19, que exigem distanciamento social e evitam aglomerações, acabou restringindo o número de convidados. Cada indicado só pode levar um acompanhante e nem todos os indicados estavam presentes no salão. Além disso, todos foram testados e “retestados”, como nos sets atuais, e usavam máscaras fora de cena. Com pouca gente na plateia, sentimos falta da presença de grandes estrelas, que não estavam indicadas. Quem não gosta de conferir o look de Angelina Jolie? De Julia Roberts? De Gweneth Paltrow? De Charlize Theron? Ainda não foi desta vez que pudemos voltar a ver Hollywood em peso desfilando. E também ainda não foi desta vez que pudemos voltar a conferir os looks da tradicional festa da Vanity Fair, quando as estrelas trocam seus vestidos por outros tão maravilhosos quanto?
Mas mesmo com poucas mulheres em cena, digamos assim, dá para dizer que o vermelho está em alta. Muito associado ao glamour, os tons de vermelho não costumam ser queridinhos no Oscar por não oferecerem muito contraste com o red carpet, cenário de boa parte das fotos que rodam o mundo. Como o tapete vermelho foi diferente, ou seja, não foi literal, muitas atrizes aproveitaram para usar a cor. Entre as que optaram pelos muitos tons de vermelho, estavam Amanda Seyfried, que parecia saída de um conto de princesa num vestido decotado de saia volumosa de Armani Privé; Reese Witherspoon num look acinturado e de saia reta de alças assimétricas da Dior; Olivia Colman optou por um comportadíssimo longo de gola alta e mangas compridas da Dior, e Angela Bassett causou com um vestido de mangas superbufantes que arrematavam um enorme laço nas costas assinado pela Maison de Alberta Ferretti.
Outro elemento que chamou a atenção foi o uso de tênis com vestidos. Duas das premiadas, calçavam confortáveis calçados esportivos no lugar de saltos vertiginosos tão comuns em ambientes de festas formais. Chloé Zaho, premiada por Melhor Filme e Melhor Direção pelo longa “Nomadland”, usou um sneaker branco combinado com um vestido de mangas compridas de tricô, ambos da Hermès. E a roteirista e diretora Emerald Fennell, premiada por Melhor Roteiro Original por seu filme “Bela Vingança”, combinou a mesma estampa do vestido fluido verde e rosa da Gucci com um par de tênis. As duas mostraram que você pode ir de tênis em qualquer lugar, até no palco do Oscar.