Julia Golldenzon

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Tapete vermelho em tempos de pandemia

De um lado, looks repetidos em Veneza, com máscaras escondidas na hora da foto. Do outro, a extravagância e as máscaras de Lady Gaga no VMA

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Atualizado em 4 set 2020, 13h02 - Publicado em 4 set 2020, 12h38
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  • Setembro chegou e com ele, os eventos, antes inteiramente online, começaram a ser retomados em formato restrito. O tapete vermelho, mesmo que diferente, voltou. Não tem mais fila de celebridades, nem aglomeração de fotógrafos e fãs, mas os looks das atrizes e cantoras continuam dando o que falar. No domingo, teve a edição do MTV Video Music Awards, tradicional prêmio de música, e nesta quarta começou a 77ª edição do Festival Internacional de Veneza, um dos principais da indústria do cinema.

    Lady Gaga, sempre ela, roubou a cena no MTV VMA 2020 não só por ter ganhado cinco prêmios mas por ter usado várias máscaras e figurinos, um mais criativo e extravagante que o outro. As criações foram todas em parceria com o stylist Nicola Formichetti, aquele que há 10 anos criou para ela o vestido de carne crua (lembram?). Gaga mudou de figurino a cada aparição neste VMA: um para cantar, outro para receber prêmio, outro para entrar no tapete vermelho (na verdade, branco), outro para posar com todos os troféus. No total, foram 9 (!!!) looks, boa parte deles com materiais metalizados, de marcas como Valentino, Area, Iris van Herpen e Christopher John Rogers. As máscaras trouxeram assinatura de designers famosos, como Lance Victor Moore, Cecilio Castrillo e Diego Montoya.  

    A premiação foi virtual, sem plateia como normalmente ocorre, mas não deixou nada a desejar em termos de moda e também contou com outras celebridades que mostraram que a transparência e os ombros de fora estão em alta, com uma leve influência rocker dos anos 90. Miley Cyrus usou um tubinho longo preto de tule Thierry Mugler sobre biquíni asa delta e top-faixa, e Bella Haddid surgiu com uma blusa de manga comprida ombro a ombro preta de organza.

    No primeiro dia do Festival de Veneza, Tilda Swinton, que foi homenageada pelo conjunto de sua obra, surgiu com dois looks Chanel. O primeiro era mais utilitário, uma forte tendência pós pandemia, e o segundo era em preto e branco, combinado com uma máscara dourada que remete aos tradicionais adereços do carnaval de Veneza. Embora seja obrigatória no evento, a máscara quase sempre é retirada durante as fotos no tapete vermelho, quando as estrelas do cinema ficam a pelo menos três metros de distância dos fotógrafos e das outras pessoas da equipe do evento. Cate Blanchet, presidente do Júri desta edição do festival, repetiu looks usados em outras ocasiões, como o vestido-capa Estebam Cortazar usado por ela em 2015 no London Film Festival e o top bordado Alexander McQueen usado no Bafta de 2016. Pelos primeiros dias do festival, já pudemos ver que atitudes conscientes e menos ostentatórias estão em alta nas escolhas das roupas de festa.

    Nos próximos dias, até 12 de setembro, os flashes da imprensa de moda vão se voltar para os looks de Veneza. Nesta edição, com metade da capacidade das salas de cinema reduzidas e com uma série de restrições, haverá uma presença menor de celebridades, mas ainda assim, o fato de evento ter sido mantido no formato presencial indica um sinal de otimismo não só para a indústria do cinema mas também para a moda e as festas. Eu vou ficar de olho e torcendo pelo sucesso de Veneza!

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