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Julia Zardo

Por Julia Zardo, professora de empreendedorismo e gerente de ambientes de inovação Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Inovação e Sociedade: uma conversa sobre desafios, oportunidades e impactos das práticas inovadoras na vida de todos nós
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Por que todos nós podemos ter vocação para a sustentabilidade?

Uma das coisas mais apaixonantes de se pensar esta pauta é que ela diz respeito a todos, e por isso a inovação pode emergir nos ambientes diversos

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Atualizado em 1 ago 2022, 09h43 - Publicado em 1 ago 2022, 09h33
Grandes conferências são uma oportunidade imperdível de tocar na alma das pessoas e conduzir a opinião pública para a causa socioambiental
Grandes conferências são uma oportunidade imperdível de tocar na alma das pessoas e conduzir a opinião pública para a causa socioambiental (Orlando Brito/Divulgação)
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Onde você estava na Rio 92? Quem era jovem no início dos anos 90 deve se lembrar de acompanhar um grande fluxo de notícias sobre o encontro pela TV. Se ainda era criança, provavelmente participou de algum concurso de redação ou de desenhos sobre ecologia, promovido pela escola ou por alguma marca de produtos infantis da época. A cultura indígena, a fauna e a flora brasileira devem ter chegado a você. Se hoje você tem alguma relação mais próxima com a sustentabilidade, é bem provável que, naquela época, a pauta ecológica tenha lhe feito brilhar os olhos.

Em 2012, ano de realização da Rio+20, duas décadas nos separavam dessa memória juvenil. Durante os densos debates sustentados na Conferência das Partes que celebrava 20 anos da realização da Rio 92, entre aqueles que transitavam em um dos inúmeros eventos paralelos aqui no Rio de Janeiro, algo era consenso: grandes conferências são uma oportunidade imperdível de tocar na alma das pessoas e conduzir a opinião pública para a causa socioambiental.

Mais uma década se passou e aqui estamos, completando três décadas pós-Rio 92. A pauta de sustentabilidade já está bem estabelecida, não mais uma novidade. A esta altura você já se deparou com a sigla ESG – aqui mesmo nessa coluna – o envelopamento que o mercado financeiro consolidou para tratar dos riscos e oportunidades relacionados a meio ambiente, questões sociais e de governança em seus investimentos. Empresas e organizações também nos apresentam suas propostas de ação para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: são os ODS, 17 metas globais mensuráveis e factíveis que, quando alcançadas, colocarão o mundo em outro patamar quanto à sustentabilidade e à igualdade.

A Rio+30, que estava prevista para acontecer em em outubro desse ano, infelizmente acabou sendo cancelada. A cidade, entretanto, seguirá sendo sede do 8° Fórum Global do Pacto de Milão sobre Política e Alimentação Urbana, um encontro que reforça o engajamento do Rio de Janeiro com a agenda climática e ambiental.

Uma das coisas mais apaixonantes de se pensar e exercer a sustentabilidade é que ela diz respeito a todos, e por isso a inovação – tão necessária para a criação de soluções – pode emergir nos ambientes mais diversos. Quando percebemos o potencial que cada um de nós tem para alavancar resultados sustentáveis, aí é que encontramos vocação e vontade de participar desse processo. Pode vir de um pequeno bairro uma solução viável para a coleta seletiva de resíduos. De um estudante de nível técnico, uma proposta incrível para acessibilidade urbana. De uma startup, uma revolução na inclusão de minorias no mercado de trabalho. De uma pequena empresa, uma reconfiguração da relação do consumidor com os produtos. Algumas dessas iniciativas já foram reconhecidas pelo Prêmio Firjan de Sustentabilidade – cujas inscrições estão abertas até 31 de agosto.

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São ações desenvolvidas por empresas fluminenses, muitas vezes em colaboração com universidades, organizações do terceiro setor e governos, que fizeram a diferença nos territórios onde atuam. É interessante ver a diversidade das soluções. Em 2021, destacaram-se desde iniciativa de irrigação de um campo de golfe em um clube com utilização de água de reuso da chuva, projeto de recuperação de espécies da Mata Atlântica ameaçadas de extinção a partir de mudas produzidas utilizando o lodo de esgoto como substrato, até a colocação no mercado de um papel higiênico produzido e comercializado seguindo princípios da economia circular.

A disponibilidade de informação e a as tecnologias de conexão podem ser o diferencial para uma adesão substancial das pessoas. Em quaisquer que sejam os grupos e os ambientes nos quais você circule, considere incluí-los nas ações sobre o tema ou paute você mesmo o assunto. Seja um dos atores que provocará reflexões e brilho nos olhos dos atentos e dos – ainda – desatentos.

Esta coluna assinada em parceria com Carolina Zoccoli, especialista em sustentabilidade na Firjan e doutoranda em Políticas Públicas no Instituto de Economia da UFRJ.

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