Alerj tem projeto de lei para vetar armas com munição de gel
Essas “brincadeiras” dos jovens no Rio e Brasil viraram um problema de segurança pública nos últimos meses

Essas “brincadeiras” com armas de munição em gel, antes usadas em arenas de paintball, viraram um problema de segurança pública nos últimos meses.
Nesta segunda (16/12), alguns vídeos viralizaram nas redes, com adolescentes usando as armas em motos, sem capacetes, na Zona Oeste, e outros subindo um dos viadutos da Avenida Brasil, via expressa que atravessa vários municípios da Baixada.
Outras 106 armas do mesmo tipo foram apreendidas por agentes do Segurança Presente em Volta Redonda, no Sul Fluminense, nesse fim de semana.
Na Alerj, no fim de novembro, foi aprovada uma emenda (da deputada Tia Ju) de um projeto da deputada estadual Marta Rocha (anunciada por Eduardo Paes como a nova secretária de Assistência Social, nesta segunda, 16/12), criado em 1995, que proíbe a fabricação, venda, comercialização, transporte e distribuição de brinquedo, réplicas ou simulacros de armas de fogo, mas agora incluindo as “gel blasters” no artigo. “Essa moda ainda está incitando o uso de armas e o comportamento de violência. A segurança pública tem que ter olhar mais atento para o que está acontecendo”, diz Martha.
“Essas armas viraram um risco para a população, com batalhas em locais de grande circulação. No Rio, os jovens já estão pintando esses ‘brinquedos’ para ficarem parecidos com armas de verdade e se caracterizando para simular guerras entre facções. Isso pode levar a polícia e a população a confundi-los com armas de fogo”, diz o texto de Tia Ju, que ainda está em análise pela Comissão de Constituição e Justiça.
Desde setembro, vários vídeos têm circulado nas redes, com jovens vestidos de roupas de tons escuros, andando em grupo, a pé e ou em motos, segurando as armas, importadas da China e vendidas a preços entre R$ 290 e R$ 950. São encontradas em mercados populares ou em sites de venda – o e-commerce brasileiro registrou aumento de 2.145% do faturamento em brinquedos de gel, principalmente armas que disparam esse tipo de produto, no mês de setembro, em comparação com a média mensal de 2024 (janeiro a agosto), com dados da Neotrust, empresa de soluções de inteligência para o e-commerce. Especificamente no Estado do Rio, o faturamento cresceu 13,8 vezes, em comparação com a média mensal até agosto.
O Inmetro diz que uma portaria publicada pelo órgão em 2021 não considera esses produtos brinquedos.