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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

“Brasiliana”, doc sobre musical negro que “o Brasil praticamente ignorou”

Grupo fez mais sucesso no exterior: "Esse apagamento se deve ao racismo da mídia brasileira na época"

Por lu.lacerda
Atualizado em 14 mar 2025, 17h18 - Publicado em 14 mar 2025, 17h00
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Joel Santos, Antonio Pitanga e Joel Zito Araujo (Allef/Divulgação)
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Joel Santos_Watusi_Luis Antonio_Foto Allef
Joel Santos, Watusi e Luis Antonio (Allef/Divulgação)
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Marcio Blanco, Joel Zito Araujo, Haroldo Costa e Joel Santos (Allef/Divulgação)

O cineasta Joel Zito Araújo foi o homenageado na abertura do festival “Visões Periféricas”, nessa quinta (13/03), no Estação Net Botafogo, com sessão de “Brasiliana: o musical negro que apresentou o Brasil ao mundo” (2024). O documentário é sobre o grupo Brasiliana, formado na década de 1950 pelo sambista Haroldo Costa, hoje com 94 anos, com integrantes, por exemplo, Watusi (que se apresentou, por exemplo, no Moulin Rouge, em Paris), Ruth de Souza, dentre outros.

“Haroldo é a alma do Brasiliana. Foi numa excursão da companhia afro-brasileira a Paris, que ele fez amizade com Vinicius de Moraes, que escrevia a peça ‘Orfeu da Conceição’, e, durante feijoada preparada para os integrantes da Brasiliana, ele entregou os originais a Haroldo e pediu que ele lesse e desse sua opinião. Depois, Haroldo seria peça-chave no elenco da montagem”, diz Joel.

O grupo foi o primeiro a levar manifestações folclóricas, como a capoeira e o maracatu, para mais de 50 países; foram mais de 8 mil apresentações, até 1968. Eles chegaram a gravar com Sophia Loren, no “Ci Troviamo in Galleria”, de Mauro Bolognini, 1953; e também participaram da festa de arrecadação de fundos do Unicef, em 1967, comandada pelo casal Elizabeth Taylor e Richard Burton.

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“Não tenho dúvidas de que esse apagamento se deve ao racismo da mídia brasileira na época; o grupo era mais famoso na Europa do que no Brasil. A ideia desse filme é jogar luz, fazer alguma justiça a esses grandes artistas que tiveram enorme repercussão no exterior, e que o Brasil praticamente ignorou”, disse Joel.

Na hora do depoimento de Watusi na sessão, a luz da sala do cinema acabou e o filme foi cortado, no que ela, espontânea, disse: “Logo na minha fala!… Me boicotaram!”. Rsrsrsrs. Minutos depois, a luz voltou, e o filme foi retomado. O festival vai até domingo, com 51 filmes que trazem a diversidade de olhares sobre questões nacionais, revelando novos arranjos estéticos e criativos no audiovisual brasileiro.

No ano passado, Zito recebeu a Medalha Tiradentes, da Alerj, até pelos temas de seu trabalho, como o doc “A Negação do Brasil”, que denuncia a invisibilidade e os estereótipos de personagens negros nas novelas; e filmes premiados, como “As Filhas do Vento”, com Ruth de Souza, Milton Gonçalves e Léa Garcia.

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