Camila Pitanga: “Aos 47, um porre não se resolve em um dia, mas em uma semana””
Atriz é sucesso em "Beleza Fatal", novela da Max, e vai estar na próxima das sete da TV Globo, depois de 4 anos

Estando ou não no ar, a gente sempre tem Camila Pitanga na cabeça, a atriz que parece nunca sair de uma-ótima-fase, na física e na jurídica, digamos assim, com interferência da Ioga, que pratica há anos, em ambos os casos.
Agora ela está aí na Max, em “Beleza Fatal”, que nem completou 20 dias de estreia e já pode ser considerada um sucesso no streaming, e a partir de 10 de março, às 20h30, em 40 episódios, na Band. É a primeira novela da Max, de Raphael Montes, que alcança Portugal e Estados Unidos, sob o título “Scars of Beauty” (“Cicatrizes da Beleza”, em tradução literal).
No elenco, também Giovanna Antonelli, Murilo Rosa, Caio Blat, Marcelo Serrado, Enzo Romaní e Herson Capri. Pelo papel, Camila tem despertado uma certa fúria dos espectadores, termômetro de grande atuação. “Tenho recebido tantas ameaças. Tenho medo de tomar um ‘socão’ na cara, na rua”, disse ela no “X”.
Ela e Lola na história, vilã das melhores, dona da rede de clínicas estéticas Lolaland, um verdadeiro império no mercado da beleza, construído com trapaças, crimes, deslealdade e ambição, por suposição, um verdadeiro deleite para um ator.
Pitanga também está de volta à Globo, em participação especial nos primeiros capítulos de “Dona de mim”, próxima novela das sete, de Rosane Svartman, com direção artística de Allan Fiterman e estreia para o fim de abril.
Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: Loucura é achar que vai zerar as mensagens de WhatsApp. Então, como eu fico? Toda hora, de 5 em 5 minutos pegando o telefone, olhando a mensagem que chega. Isso é uma escravidão. Se fosse só o WhatsApp, mas tem as mensagens de e-mail também. Tenho feito exercício de contrapor isso. Então, tipo, vou viajar de férias e também me dou férias do celular. Vou ler um livro.
UMA IDEIA FIXA: imaginar que eu não esteja sozinha.
UM PORRE: Queria dizer que só foi um, mas tive alguns terríveis; o pior é que o meu porre é aquele que eu esqueço. Então eu realmente tenho feito o exercício da moderação porque, primeiro, meu fígado não aguenta e acho isso uma dádiva: ter um fígado limitado. E porque eu sou muito feliz sem bebida mesmo, sabe? Então eu não tenho um porre memorável, mas me lembro de um dos primeiros de saquê. Eu era casada com o pai das minhas filhas (Cláudio Amaral Peixoto) e não lembro como cheguei à minha casa. Eu estava com ele e fui cuidada, mas não recomendo. E hoje em dia, aos 47 anos, um porre não se resolve em um dia, mas em uma semana. Você fica morta-viva durante dias; por isso, estou adiando cada vez mais essa possibilidade.
UMA FRUSTRAÇÃO: Frustração é não tocar algum instrumento, mas acho que ainda tenho tempo pra fazer a virada. Comecei, no ano passado, a fazer aula de piano, estava indo superbem, mas aí o trabalho me deu uma atropelada. Pretendo voltar porque eu quero muito ter uma fluidez num instrumento musical. Eu sou muito musical, amo música e sinto que quero superar essa frustração. Eu vou tocar piano? Segura aí.
UM APAGÃO: Um apagão memorável que eu gostaria até de apagar da minha cabeça foi quando eu estava fazendo o espetáculo “A ira de Aquiles” no Sérgio Porto (Humaitá), em 1993, e esqueci o horário da peça, que era de segunda a segunda, mas tinha um dia específico que a peça era mais cedo. Então, quando eu cheguei, já tinha começado. Entrei com a peça acontecendo, troquei de roupa, botei o maiô de trás para frente, ou seja, fiquei com a bunda toda de fora. Fiz a peça toda errada, mas consegui chegar em cena, no horário que eu tinha, digamos, a fala, mas eu nunca mais quis passar por aquilo. Sempre fiquei muito criteriosa com a coisa do horário do dia. Sempre olho 300.000 vezes, porque esse é o tipo de um apagão que não dá.
UM MEDO: Eu tenho absoluta fobia de rato: é desesperador. Já barata, que todo mundo tem fobia, tem medo, não tô nem aí pra elas. Mas rato eu fico desesperada, entro em parafuso. É das coisas que eu mais tenho medo na minha vida.
UM DEFEITO: São vários, né? Sou gulosa e sou desastrada. Então, por ser assim, sou uma pessoa que, quando eu me sento à mesa, fatalmente sujo a minha roupa, a mesa… E sou esganada, entende? Então sou uma gulosa, desastrada, estabanada.
UM DESPRAZER: Usar salto alto ultimamente tem sido um desprazer; já tem muito tempo que aposentei o acessório. Se vou a uma festa, vou de tênis; se quero dançar, só vou de tênis. E adoro andar descalça. Salto alto agora é com horário: tem início e fim. Saltos muito altos ou saltos finos têm sido um desprazer.
UM INSUCESSO: Ahh! Só quero saber do que pode dar certo. Quero falar só de coisas que iluminam, que trazem vibrações maravilhosas na vida.
UM IMPULSO: Se tem uma coisa que me dá gás na vida é ver o trabalho de grandes atrizes, de grandes atores. Se tem uma coisa que me ilumina, me dá impulso, é isso. Por exemplo, Andréa Beltrão em cartaz com “Lady Tempestade”, é Marjorie Estiano em tudo que ela faz… Fernanda Torres no filme do Waltinho, “Ainda estou aqui”… Isso me ilumina, me dá ânimo para a vida.