Cariocas de Copacabana apelidam obra do MIS de “Ainda estou aqui”
Originalmente, o prédio de arquitetura moderna, inspirado nos morros e nas curvas do Rio, deveria ter sido entregue em 2012

Moradores de Copacabana começaram a chamar a construção do novo Museu da Imagem e do Som (MIS), na Avenida Atlântica, de “Ainda estou aqui”. O prédio já virou símbolo de frustração desse projeto, que prometia um espaço cultural de referência, inacabado há mais de uma década e criticado pela população desde então.
As obras internas foram retomadas em setembro passado, pelo consórcio Copacabana, das construtoras R2X e Tangran Engenharia, que venceu a licitação em agosto, no valor de R$ 68,8 milhões, com promessa de entrega em 10 meses. Ainda está no prazo, mas o povo aproveitou o título do filme do ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional pra voltar ao assunto.
Originalmente, o prédio, de arquitetura moderna, inspirado nos morros e nas curvas do Rio, deveria ter sido entregue em 2012. Depois de 13 anos, o que ainda se vê é um esqueleto de concreto e vidro, cercado por tapumes e redes de proteção.
O apelido “Ainda estou aqui” é uma forma irônica de lidar com o impasse. “A gente passa aqui todos os dias e vê essa estrutura abandonada. Está virando parte da paisagem, mas não da cultura”, disse uma moradora ao perfil “Zona Sul Urgente”.
“Seria um ponto de atração, mas virou um elefante branco. A cada nova promessa de entrega, a gente já nem acredita mais”, reclama Renata Souza, dona de um restaurante próximo.
Outra reclamação constante é uma poça d’água em frente à obra, próximo à Rua Miguel Lemos. Em dias de chuva, chega a impedir completamente a passagem de pedestres, carrinhos de bebês e cadeiras de rodas.