Criação do Parque Municipal da Lagoa do Camorim: Moscatelli comemora
"O trabalho só começou, mas sigo confiante. Agradeço aos vereadores e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes", diz o biólogo


Foi criado o Parque Municipal Perilagunar da Lagoa do Camorim, na Zona Oeste, divulgado pela Prefeitura em Diário Oficial, nessa terça (17/12). A unidade de conservação ambiental terá 220 mil metros quadrados de área verde, com mangues, brejos e restinga, às margens do Complexo Lagunar da Barra e Jacarepaguá, autorizando a concessão do parque para a iniciativa privada, que será responsável pela manutenção e conservação.
A ideia do projeto foi apresentada pelo biólogo Mario ao presidente da Câmara de Vereadores, Carlo Caiado. Foi aprovada em novembro, sem divulgação de data de início das obras ou valores investidos.
“Muitas vezes, fui chamado de maluco por dizer que tinha jeito! Hoje, na Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo, temos um ecossistema mais equilibrado, com uma explosão de biodiversidade; ou seja, de maluco, passei a ser visionário. Agora, a criação do Parque Perilagunar vai de encontro a tudo que muito se fala e pouco se executa em termos de desenvolvimento econômico sustentável, das chamadas cidades resilientes, cidades-esponja e tantos outros termos que reitero, muito se fala e pouco se aplica na prática”, diz ele à coluna.
Desde 2022, aquele complexo passa por um processo de recuperação; durante anos, a região sofreu degradação causada por lixo e despejo irregular de esgoto. “O parque terá uma função estratégica tanto em termos ambientais, econômicos quanto, principalmente, culturais. Econômicos porque vai mostrar que evoluímos depois de uma longa história de degradação e supressão de lagoas, manguezais, brejos e restingas para seu uso sustentável, não apenas para o ecoturismo, mas também para o esporte náutico, lazer e pesca esportiva, entre outros potenciais usos sustentáveis. Cultural, pela importância desse conjunto de ecossistemas e que, apenas com uma mudança radical de nosso comportamento predatório, poderemos usufruir em termos de qualidade de vida”, explica.
Em abril deste ano, começaram as obras de dragagem e limpeza das lagoas para restaurar os canais de conexão com o mar. O investimento foi de R$ 250 milhões e o prazo para conclusão, de 36 meses. Em novembro, uma lontra foi vista pela primeira vez na região, indicando resultados positivos. “Vivemos uma revolução silenciosa no sistema lagunar de Jacarepaguá, onde, sem alarde, capivaras, jacarés, lontras, biguatingas, colhereiros, caranguejos, crianças humanas e centenas de outras espécies animais e vegetais estão cada um de seu jeito vislumbrando dias melhores em nossa Cidade Maravilhosa, sua natureza. O trabalho só começou, mas sigo confiante no sucesso do parque. Agradeço aos vereadores e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, que rapidamente aprovaram e chancelaram sua existência na prática. Todos, sem dúvida, estamos silenciosamente em festa. Feliz Natal Sistema Lagunar de Jacarepaguá! Seu presente chegou um pouco antes de tantos outros que virão”, finaliza.