Estresse climático: segurem essa, cariocas! (Psi comenta)
O calorão é até, digamos, mais uma razão para quem está com esse corpinho-pronto-para-ser-mostrado nas ruas carioca

Você deve saber que, nesta segunda ou terça, o Rio pode chegar ao nível de calor 4 (NC4), do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo do município, cuja escala vai até o NC5. O NC4 é atingido quando a cidade registra temperaturas entre 40 graus e 44 graus por, ao menos, três dias consecutivos, com sensação térmica lá no céu.
Nesse domingo (16/02), a máxima foi 40,4 graus, de ontem, pelo Alerta Rio, na estação de Irajá; para esta segunda, esperam-se 42 graus. Nada disso impediu os blocos de rua — a alegria do carnaval não vem sendo afetada. O calorão é até, digamos, mais uma razão para quem está com esse corpinho-pronto-para-ser-mostrado nas ruas cariocas.
Procurado, o psicanalista Arnaldo Chuster comenta sobre o estresse climático: “Uma das fontes de ansiedade apontadas por Freud — juntamente à impossibilidade de deter o envelhecimento e ao triste fato de a lei não impedir o crime — é a impotência diante das forças da natureza. Qualquer excesso ou distúrbio climático despertam ansiedade pelas restrições que causam, mas também por ameaçar as condições de sobrevivência. Essas situações costumam trazer à tona sentimentos de perigo, singularmente associados ao inconsciente e à história de cada um.”
“Toda vez que a gente fala de calor, o carioca argumenta que, no Rio, ‘sempre fez calor’. É verdade. Hoje se comprova que a intensidade desse calor, a repetição dos dias com altas temperaturas e a sensação térmica vêm sendo maior do que o verificado na história. Não vamos suspender os blocos porque sempre tiveram uma temperatura de 70 graus à sombra, mas podemos chamar atenção dos foliões para que bebam mais água e tomem certos cuidados. Não à toa que o Rio é dos espaços públicos, das praias. Isso nos orgulha, faz parte da nossa cidade, e não vai mudar, mas os cuidados devem aumentar”, disse o prefeito Eduardo Paes.