Pré-estreia de “Milton Bituca Nascimento”: “Ele é o Brasil profundo”
Para a produção, a cineasta acompanhou o Milton por dois anos, enquanto ele fazia sua turnê de despedida


















Uma sala estava especialmente iluminada no Cinemark do Village Mall para a pré-estreia de “Milton Bituca Nascimento”, da diretora Flávia Moraes, nessa segunda (17/03).
A imagem de Milton grudadinho em Fernanda Montenegro já rodou sites e redes, mas é irresistível: “Deus te abençoe, meu amor. Eu tenho adoração por você”, disse a atriz ao amigo.
Para a produção, a cineasta acompanhou o Milton por dois anos, enquanto ele fazia sua turnê de despedida e propõe uma reflexão sobre por que Milton causa tanto fascínio no público, a ponto de virar objeto de estudo em grandes universidades.
Foram mais de 40 entrevistados de várias gerações, entre eles, Gilberto Gil, Mano Brown, Djamila Ribeiro, Quincy Jones, Spike Lee e Paul Simon. E para o fascínio causado pelo artista, que foi enredo da Portela este ano, não houve uma resposta unânime – além da nítida confirmação da importância de Milton para a cultura brasileira.
“Milton é o Brasil profundo, o Brasil que vive dentro de nós. Os encontros que surgiram no caminho da filmagem foram inacreditáveis”, analisa a cineasta, que só topou o projeto depois de confirmar que Milton queria colaborar. “Ele me olhou e devolveu com um sorriso: ‘Vai dar muito trabalho?’. Respondi que sim, que só poderíamos fazer um filme à altura dele se fôssemos parceiros. E ele disse: ‘Então vamos fazer!’”
“Não é fácil ter uma câmera grudada em você dia e noite, e ele nunca se esquivou. Tivemos longas conversas, fiz pedidos difíceis, e Milton sempre esteve presente, generoso. Nunca tentou controlar o retrato que fazíamos dele, nunca pediu para cortar ou mudar nada. Me senti livre, respeitada. E isso, claro, só aumentou minha responsabilidade”, lembra ela.
Depois de estrear na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, como parte da Mostra Praça, o filme chega aos cinemas em 20 de março.