Rafael Bokor: por dentro da casa de “Ainda estou aqui”, na Urca
Visita ao interior da casa que já faz parte da história carioca





Todos já conhecem a fachada da casa que serviu como locação de “Ainda estou aqui”, cotado ao Oscar, na Urca, como moradia da família Paiva, mas fui um dos únicos a entrar na casa para tirar fotos e gravar o vídeo (abaixo). O espaço (interno e externo) e o nível de conservação me chamaram a atenção. É uma casa antiga por fora e modernizada por dentro.
A casa na Rua Roquete Pinto, nº 7, na Urca, é uma das protagonistas do filme de Walter Salles. Na trama, os atores Selton Mello e Fernanda Torres (vencedora do Globo de Ouro 2025 de melhor atriz em filme de drama) dão vida a Rubens Paiva e Eunice Paiva. O filme retrata muito bem a felicidade da família até janeiro de 1971, quando Rubens é retirado de sua residência pela Ditadura Militar para nunca mais voltar. Pouco tempo depois, Eunice e uma de suas filhas também são levadas, mas conseguem retornar.





O casal e seus cinco filhos moraram por anos numa casa, que já foi demolida, de frente para a praia do Leblon, bem parecida com essa na Urca. Pela semelhança, Salles decidiu usar essa casa como locação principal. A equipe do filme alugou por um ano o imóvel de 460 m², 2 pavimentos, 4 suítes, elevador, piscina e vista para o Pão de Açúcar e Baía de Guanabara. Hoje, está à venda por 3 milhões de dólares e disponível para aluguel por R$ 80 mil mensais (Marcelo Dias, no 99321 2194).





No local, ainda não existe nenhuma referência ao longa-metragem. A Prefeitura do Rio bem que poderia providenciar uma placa do Circuito RioFilme. Assista a “Ainda estou aqui” e se emocione com o poder de uma casa numa história. Nas cenas finais, os cômodos vazios aparecem, remetendo à solidão da família sem o pai.
