Colonial, de arquitetura preservada, a cidade do Sul fluminense convive com as marés de modo original.
O turismo é vital para a economia de diversos paraísos no mundo todo. Necessário à sobrevivência de populações nativas e, se bem explorado, fundamental para a preservação do patrimônio arquitetônico e natural de cidades e vilas. É também educativo e nos ilustra. Mas há turistas que parecem caídos do céu, quando chegam a um destino. Parecem não ter a mínima noção do que encontrarão no lugar. É normal que algumas pessoas não gostem de “velharias”. É gente que se dá muito bem em Miami, mas que acharia Roma um porre. Frequentador assíduo de Paraty, cujo conjunto arquitetônico bem preservado é encantador, cansei de ouvir despautérios de turistas desavisados, que estranham suas ruas de pedras irregulares (pé-de-moleque), seu sistema de convivência com as marés, que invadem suas ruas num fluxo-refluxo habilmente controlado pela arquitetura colonial. Nada que justifique o tédio daquela turista do interior paulista irritada com a “enchente” que tomou conta da rua de seu hotel. “E olha que nem choveu”.
A depressão no centro da pista facilita o fluxo e refluxo das águas do mar.
Os moradores convivem com as águas sem grandes transtornos.
O calçamento no estilo pé-de-moleque é responsável por muitas torções de tornozelos. Os turistas sofrem, mas os locais estão bem acostumados.
Água e pedras irregulares nas ruas: um preço a pagar pela preservação de um dos mais belos e originais conjuntos arquitetônicos do mundo.
Pousadas e hotéis se integram ao ambiente, ocupando construções históricas, rústicas, porém confortáveis.
Passear pelas ruas úmidas, escolhendo as melhores pedras para pisar, um exercício e tanto.
(Fotos: Julio Cesar Cardoso de Barros)