Para onde foi todo mundo? A cena de final de tarde na praia do Farol, no Cabo de São Tomé, litoral norte do estado do Rio, lembra um cemitério de embarcações. Os coloridos pesqueiros descansam sobre a areia, depois de um dia duro de trabalho no oco do mar.
Quem os vê assim, descansando acima da linha da maré, imagina que estão fora de combate.
A paria do Farol é conhecida por suas águas revoltas. Quase sempre, só os banhistas mais arrojados se arriscam em suas ondas.
São águas bravias, numa orla sem pier e sem porto de atracação.
Para entrar na água esses barcos de madeira precisam ser rebocados por tratores.
Para sair da água o esforço se repete. Eles chegam cheios de pescado e são arrancados das águas por força das máquinas terrestres.
No cair da tarde o cenário é de grande impacto. A luz é muito boa. Mesmo em dias nublados.
Depois da breve chuva, o arco-íris se insinua, enfeitando o horizonte.
Luz e sombra deixam em destaque apenas o vermelho das areias.
Em alguns momentos, um congestionamento de embarcações.
Cenário único no litoral, resultado de uma lida pesqueira peculiar.
(Fotos: Julio Cesar Cardoso de Barros)