Pesquisa desenvolvida pela Associação Nova Escola, organização que tem como missão fortalecer educadores da Rede Pública Brasileira, em parceria com a TODXS, ONG de empoderamento da comunidade LGBTI+, apontou que para os professores as escolas no Rio não incentivam abordar diversidade sexual na sala de aula.
Quando perguntado aos profissionais de educação se a escola incentiva a discussão desse tema, a maioria (63,4%) afirmaram que não, embora 73,2% acreditem na importância da pauta. Sete entre cada dez respondentes declararam ainda que as escolas não usam materiais pedagógicos que abordem o assunto. Por conta disso, quase a metade (47,1%) não se sentem à vontade para propor debate ou atividades relacionadas.
O medo da interferência das famílias dos alunos foi apontado por 52,1% dos profissionais, o que explica o desestímulo a abordagem do tema. Mesmo assim, a maioria (51,2%) acredita que os alunos se interessam por diversidade sexual e de gênero.
Por isso Ana Ligia Scachetti, pedagoga e CEO da Nova Escola, destaca que trazer a pauta para o ambiente escolar é fundamental: “é necessário trabalhar esses temas para que a escola seja o lugar em que meninos e meninas aprendem a conviver com as diferenças e a deixar de lado preconceitos e estereótipos que encontram nas demais esferas sociais”.
A percepção sobre LGBTfobia muda drasticamente quando analisado o recorte com as respostas de profissionais que se autodeclararam parte da comunidade. Enquanto 64,6% do geral dos respondentes afirmam não ter presenciado atos de preconceito no ambiente escolar contra alunos queer, 61,5% dos profissionais LGBTQIA+ destacam que já presenciaram. Outros alunos foram apontados como os principais agressores na pesquisa.
Da mesma forma, 64,3% de todos que responderam afirmam nunca ter presenciado preconceito com um colega de trabalho, mas 60,9% dos LGBTs afirmam já presenciaram. A violência verbal foi a mais apontada contra os profissionais da educação que são parte da comunidade.
Se na média geral 38,1% acreditam que há acolhimento em caso de bullying, quando observado o recorte de respostas apenas de profissionais que se autodeclararam LGBTQIA+, 56,4% acreditam que não há.