Representante da tradicional família Guinle, a atriz Christiana Guinle está em cartaz com o espetáculo “Gênero: livre”, peça sobre gênero fluído, no Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 – Centro). As sessões acontecem sexta e sábado, às 19h; e domingo, às 18h, até o dia 17 de dezembro.
O projeto teve início na pandemia, quando o diretor e a atriz, amigos há mais de quatro décadas, decidiram trabalhar juntos pela primeira vez. Christiana sugeriu um monólogo que resgatasse o processo que a levou ao entendimento de sua própria identidade sexual e de gênero para falar de um mundo que evoluiu nas discussões sobre o tema, mas ainda insiste em nos colocar em rótulos.
“Durante minha juventude, eu não tinha muitas referências de pessoas que se identificassem como fluidas. No máximo, tinham as pessoas andróginas. A descoberta da não-binaridade e a possibilidade de fluir entre os gêneros foram libertadoramente perturbadoras. Contei toda a minha história para o Pedro, que usou as minhas memórias para escrever um espetáculo sobre o respeito às nossas próprias individualidades”, explicou a atriz.
Além de falar sobre a trajetória da artista, a peça também resgata personagens importantes no debate da fluidez de gênero: Thomas Baty (1869-1954), umas das primeiras pessoas documentadas como “não-binárie”; a atriz Rogéria, com quem trabalhou e se tornou amiga; Kaká Di Polly, ícone drag dos anos 1980 e 90; a modelo trans Roberta Close; e muitas outras pessoas que contribuíram para a (des)construção social brasileira de gênero. Todas são retratadas em falas de Christiana.
“O teatro que debate assuntos sociais importantes me interessa muito, principalmente quando a gente está falando da liberdade, do livre-arbítrio, de ser quem a gente é de verdade”, observa o diretor Ernesto Piccolo.
Genero: Livre
Quando: até 17 de dezembro – sexta e sábado, às 19h; e domingo, às 18h
Onde: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 – Centro)
Ingressos: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia entrada) – vendas pelo sympla