Renata Araújo

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Renata Araújo é jornalista e editora do site de turismo e gastronomia You Must Go!
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Fazer ou não um cruzeiro? Minha experiência em uma embarcação de luxo

Embarque num roteiro pelo Mediterrâneo e Norte da África a bordo do cruzeiro de luxo Swan Hellenic Diana

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19 set 2023, 09h19
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  • Um roteiro pelo Mediterrâneo e Norte da África

    Sei que este é um assunto controverso e divide opiniões entre aqueles que amam e os que detestam. Mas veja bem, nem todos os cruzeiros são iguais. Existem os gigantes, com cerca de 2 e 3 mil passageiros; os fluviais, bem menores; e os de expedição de luxo, como o que embarquei em agosto passado, o Swan Hellenic Diana, com apenas 120 passageiros. A capacidade dele na realidade é de 190 (96 cabines e suítes), sendo que a tripulação chega a 150. Ou seja, a certeza de um serviço pra lá de exclusivo e uma tripulação extremamente atenta às necessidades dos passageiros. Além disso, os ambientes são extremamente elegantes, com design escandinavo e vários espaços ao ar livre, divididos entre nove deques.

    O belo navio Swan Hellenic Diana
    O belo navio Swan Hellenic Diana (Renata Araújo/Divulgação)
    A luxuosa cabine do Swan Hellenic
    A luxuosa cabine (Renata Araújo/Divulgação)
    varanda do Swan Hellenic Diana
    O conforto da varanda do Diana (Renata Araújo/Divulgação)

    A cia britânica tem uma história de 70 anos e retomou suas operações recentemente. Portanto, a frota está novinha em folha! As cabines são confortáveis e práticas. A minha, com varanda, tinha 28m2, o que atendeu perfeitamente a mim e meu marido. E há as suítes que chegam a 47m2. Além disso, uma das coisas que mais me impressionou durante o cruzeiro foi o silêncio!! Tanto nos corredores quando nos anúncios sonoros: poucos e essenciais.

    Os roteiros

    O Swan Hellenic faz itinerários diversos e um dos seus mais disputados é para Antártida. Porém, carioca da gema e amante de verão que sou, preferi pegar um solzinho e escolhi o roteiro “Mediterrâneo e Norte da África – mistérios dos Cartagos e Mouros”. Além de o mês de agosto me favorecer em termos de datas, visitaria seis países em dez dias e ainda daria check in  em dois destinos inéditos: Argélia e Tunísia. 

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    Outra vantagem deste cruzeiro de expedição é que as paradas são em horários variados. O que quer dizer que você não precisa acordar cedo todos os dias, uma dádiva em viagem. Cada parada acontecia em um horário diferente e havia sempre passeios pré-programados e escolhidos com antecedência, já incluídos. Além disso, os guias são altamente especializados. Diariamente tinha um briefing às 18h30, para entendermos a programação do dia seguinte.

    Cruzeiro de luxo no Mediterrâneo
    Deque do Swan Hellenic (Renata Araújo/Divulgação)
    Swan Hellenic
    (Renata ARaujo/Divulgação)

    A primeira saída

    Nossa viagem começou na ensolarada Lisboa, e a primeira parada foi em uma das praias mais disputadas do Algarve, Portimão, de fato uma paisagem exuberante que me conquistou por inteiro. Decidimos não participar da excursão e pegamos o transfer oferecido pelo navio. Foi a melhor decisão, já que passamos o dia de verão em uma praia deliciosa, mergulhamos, caminhamos e almoçamos à beira-mar.

    Outro ponto alto deste navio de luxo é a gastronomia. Mais uma vez os horários favorecem. Das 7h às 9h, é servido o café da manhã chamado de early bird, e das 9h às 11h, um café reduzido, mas que nos atendeu por completo, com frutas, pães, ovos e afins. Além disso, o restaurante serve uma comida refinada, com pratos elaborados por chefs e algumas opções fixas no cardápio. Resultado: a gente não repete prato, a não ser que queira, e não se cansa da comida. Enquanto isso, a carta de vinhos é de ótima qualidade e há bebida alcoólica disponível praticamente o dia inteiro. 

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    Hola España!

    O próximo porto foi o da calorenta Sevilha, onde chegamos através do único rio navegável da Espanha. De fato um destino que não recomendamos  visitar no verão, mas valeu cada segundo ter retornado à capital da Andaluzia e quarta maior cidade do país. Ela tem uma das mais esplêndidas Plazas de España da Europa, além da mais antiga Plaza de Toros do país – polêmicas à parte.

    Plaza de España Sevilla

    Plaza de España, Sevilha (Renata Araújo/Divulgação)

    De Sevilha chegamos a Tânger e nos emocionamos ao passar pelo Estreito de Gilbraltar, a passagem de água estreita que separa a Europa da África. Entre o sul da Espanha e o norte do Marrocos, o estreito liga o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico, e claro que a típica foto com a plaquinha tinha que rolar. Tânger é uma mistura de África ocidentalizada com a Espanha Moura, um mercado de lendas de vários lados do mundo. Fizemos o passeio guiado oferecido pelo Swan Hellenic, que nos apresentou à cidade do noroeste da África da melhor maneira.

    A divisa do Atlântico com o Mediterrâneo em Tânger
    A divisa do Atlântico com o Mediterrâneo (Renata Araújo/Divulgação)
    caverna de Hércules, em Tânger
    A caverna de Hércules, em Tânger (Renata Araújo/Divulgação)
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    Os jantares

    Enquanto isso, no navio, jantávamos sempre às 19h, no primeiro horário, no intuito de pegar uma mesa ao lado da janela e apreciar o azul do mar enquanto comíamos, uma imagem que deixa saudades, sobretudo quando flagrávamos o pôr do sol.  Quando terminávamos, subíamos ao Observation Lounge para tomar um Espresso Martini e ouvir nosso amigo pianista Romeo. No começo estranhamos ir dormir cedo todas as noites, mas depois nos habituamos e entramos no clima da viagem, que tem foco em aproveitar cada destino. 

    Swan Hellenic Diana - restaurante JRE
    Renata Araújo no restaurante Swan Hellenic (Renata Araújo/Divulgação)
    Pôr do sol Swan Hellenic Diana
    O pôr do sol de tirar o fôlego (Renata Araújo/Divulgação)

    Depois do Marrocos, chegou a parte mais exótica e difícil da viagem: Argélia! O maior país da  África, que faz fronteira com a Tunísia, Líbia e Marrocos, foi aberto ao turismo há cerca de dois anos e não é dos mais seguros. Ou seja, éramos proibidos de circular livremente. Podíamos sair apenas com a excursão do Swan Hellenic que, por sua vez, tinha escolta policial. Tudo foi muito bem  organizado e não deu para sentir medo em momento algum. Mas os problemas da Argélia são visíveis, como lixo na rua e prédios mal conservados, apesar de belíssimos, em estilo parisiense. A independência da Argélia foi conquistada em 1962, após anos de luta com o colonizador francês. O que de fato surpreende são as belezas naturais, e a diversidade geográfica, com montanhas imponentes do Atlas, com vistas estonteantes para o mar Mediterrâneo, além das praias populares entre os locais.

    Não foi um parada cor de rosa, mas, parafraseando o jornalista Anthony Bourdain, “Viagens nem sempre são confortáveis e deixam marcas na memória, coração e corpo”.

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    Catedral de Oran, na Argélia
    A antiga Catedral de Oran, na Argélia (Renata Araújo/Divulgação)
    Argélia
    (Renata Araújo/Divulgação)

    A vibrante Tunísia e o encerramento da viagem

    Da Argélia fomos para Tunísia, país totalmente aberto ao turismo e pra lá de instigador com seus costumes árabes, arquitetura e gastronomia típicas, além de tentadores mercados. E o desembarque final foi feito em Palermo, onde cada um tomaria seu rumo. A vontade mesmo era continuar a bordo e fazer o roteiro pela Sicília. Afinal de contas, não é todo dia que estamos a bordo de um navio cinco estrelas , com um super spa e academia, uma piscina praticamente vazia o tempo inteiro e momentos de ócio muito bem-vindos! Além de um serviço atento e uma tripulação afetuosa, majoritariamente vinda das Filipinas. Confesso que saí com um gostinho de quero mais, já pensando em um próximo roteiro. E você, vai me dizer que não ficou com vontade? 

    Tunisia
    Tunísia (Renata Araújo/Divulgação)
    piscina do Swan Hellenic
    Momento de ócio na piscina (Renata Araújo/Divulgação)

    Renata Araújo é jornalista e editora do site de turismo e gastronomia You Must Go!  e viajou a convite da Swan Hellenic Cruises.

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