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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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As asas gigantes de Raquel Potí

Com dois projetos, Gigantes Sonhadores e Gigantes de Pedra, a pernalta mais conhecida do carnaval carioca movimenta o setor e emprega 30 pessoas

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Atualizado em 17 mar 2021, 14h24 - Publicado em 17 mar 2021, 14h08
Em um momento difícil de pandemia, Poti cria projetos que beneficiam artistas, em especial mulheres.
Em um momento difícil de pandemia, Poti cria projetos que beneficiam artistas, em especial mulheres. (Amanda Roda/Divulgação)
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Não tem nada que segure Raquel Potí, a pernalta mais conhecida do carnaval carioca. Mesmo nesse momento de pandemia e com todos os cortes e impedimentos no setor da cultura, ela vem botando pra quebrar com a realização de dois importantes projetos, que além da qualidade estética e cultural, está ajudando cerca de 30 profissionais. “Gigantes Sonhadores” e “Gigantes de Pedra” são duas ideias que a artista teve a partir de suas vivências no mundo mágico dos festejos populares, especialmente o carnaval.

“Gigantes Sonhadores”, produzido pela Limento Gestão de Eventos, é um espetáculo que usa elementos como pernas de pau, monociclos e acrobacias para mostrar a magia dos “encantados”. A ideia surgiu a partir de uma pesquisa sobre seres encantados e espíritos ancestrais que fundamentam as festas populares no mundo inteiro. São como mitologias arquetípicas, presentes em diversas manifestações, personagens que mostram aspectos primordiais da humanidade e que no espetáculo se transformam em Movimento, Som, Profano, Sagrado e o Nada.

“Gigantes Sonhadores” chama atenção pela beleza e impacto dos personagens, que têm a máscara como elemento principal.
“Gigantes Sonhadores” chama atenção pela beleza e impacto dos personagens, que têm a máscara como elemento principal. (@moskow/Divulgação)

“Estes seres estão presentes em rituais ao redor do mundo, em especial inspirados nos Diablos de San Cristóbal da Guatemala, nos bate-bolas dos subúrbios do Rio de Janeiro, nos caretas de Maragogipe, no Reisado de Congo do Cariri, Caretas de Pratigi, dos palhaços das Folias de Reis, entre outras manifestações populares que têm as máscaras como elemento cênico central”, conta Poti.

Toda a criação de figurinos e máscaras foi feita com materiais reutilizados, através de uma parceria com a Cooperativa Bandeirantes, de reciclagem e serviço ambiental. As máscaras são criadas artesanalmente a partir de potes plásticos de detergentes e alvejantes, canudos e descartáveis em geral. A ideia é contribuir para diminuição dos resíduos gerados pelas construções de figurinos e elementos cênicos, alinhando assim a ideia de unidade e corresponsabilidade entre a noção de impacto social e ambiental.

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Gigantes Sonhadores
Além dos artistas, o projeto beneficia e remunera profissionais que foram diretamente impactados pela pandemia. (@moskow/Divulgação)

Além dos artistas, o projeto beneficia e remunera profissionais que foram diretamente impactados pela pandemia. Ao todo, 27 profissionais, entre as áreas de artística, produção e comunicação. “Em uma época de poucas oportunidades para projetos culturais, é uma conquista considerável”, comemora Potí.

Gravado nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), estreia no Youtube Fábrica de Gigantes no dia 26 de março, com direito a pré-estreia para crianças, um dia antes, na ONG Liga do Bem, que atende 60 famílias no Complexo da Penha.

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Gigantes de Pedra

Em “Gigantes de Pedra”, Poti se volta para suas origens, com um projeto artístico que tem como objetivo fortalecer a identidade cultural e artística do bairro onde nasceu, Pedra de Guaratiba, uma vila caiçara na zona oeste do Rio.

São diversas ações conjugadas que vão movimentar a comunidade local: a realização de um documentário sobre personalidades de Pedra de Guaratiba: uma série de oficinas para moradores, sendo três de perna de pau, uma de estandartes e outra de figurino; e a gravação de um cortejo-espetáculo.

Gravação Poti
Gravação do documentário com personagens de Pedra de Guaratiba. (Amanda Rosa/Divulgação)
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O cortejo apresentará personagens e fatos históricos do bairro. Além dos participantes das oficinas, serão convidados cinco artistas locais, para dar visibilidade à identidade caiçara e fortalecer artistas do território. Todo o conteúdo será baseado em pesquisas realizadas com membros da própria comunidade, através de entrevistas, conversas e parcerias locais.

É importante dizer que esses e outros projetos que estão conseguindo movimentar o setor cultural, ainda que de forma tímida, têm sido possíveis por meio da Lei Aldir Blanc.

Raquel Potí diante de suas origens, a vida caiçara de Pedra de Guaratiba.
Raquel Potí diante de suas origens, a vida caiçara de Pedra de Guaratiba. (Amanda Rosa/Divulgação)
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Quem quiser saber mais sobre “Gigantes de Pedra”, se inscrever ou apoiar o projeto pode acessar @fabricadegigantes_ ou o link https://forms.gle/TticTPNn2cgjjjbi7 . As vagas para as oficinas são limitadas.

Sobre o “Gigantes Sonhadores”:
– Exibição do filme na ONG Liga do Bem: Dia 25 de março
– Lançamento nas redes sociais: 26 de março
Instagram: @fabricadegigantes_
YouTube: https://bit.ly/2ZFagmA
Facebook: @limento.eventos

Rita Fernandes é jornalista, escritora e pesquisadora de cultura e carnaval.

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