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Rita Fernandes

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Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Mais uma vez o Trem do Samba parte da Central para Oswaldo Cruz

No Dia Nacional do Samba, projeto sob o comando de Marquinhos de Oswaldo Cruz conta a participação das velhas guardas e de artistas como Martinho e Leci

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 nov 2023, 17h14
Marquinhos de Oswaldo Cruz é o idealizador do projeto Trem do Samba.  (Henrique Esteves/Divulgação)
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Olha o Trem!!! No sábado, 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, mais uma vez Marquinhos de Oswaldo Cruz parte com as Velhas Guardas das escolas de samba rumo ao bairro que lhe empresta o sobrenome. O trem leva os sambistas rumo à Estação de Oswaldo Cruz, na Zona Norte, e sai pontualmente às 18h04, mesmo horário em que Paulo da Portela, o patrono da azul e branco, embarcava quando saía do trabalho e driblava a polícia fazendo seus sambas no retorno para casa.

Esse ano, o Trem do Samba vai reverenciar os Senhores e Senhoras de Nossas Memórias, mestres e mestras portadores de fazeres e saberes, conhecidos na tradição oral africana como “griôs”. Marquinhos segue carregado de amigos nessa aventura, que começa às 15h, na Central do Brasil, no palco que reverencia ninguém menos do que Dona Ivone Lara. Ele e sua banda recebem aí as Velhas Guardas da Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel e Império Serrano, e muitos sambistas tradicionais, como Noca da Portela, Zé Luiz do Império e Marquinhos Diniz.

A partir das 18h04, três trens saem da estação, num total de vinte vagões, com algumas das principais rodas de samba da cidade. Cacique de Ramos, Terreiro de Mangueira, Samba de Aurora, Bip Bip, Samba a Bangu, Fruta do Pé, entre outras, além do bloco Cordão do Boitatá, que pela primeira vez embarca com os sambistas com repertório voltado para a data.

“Essa ideia do tema Senhores e Senhoras da Memória é muito gratificante pra mim. Porque tudo que o Trem do Samba faz é refrescar essa memória. Como os palcos que fazem homenagens aos sambistas, o palco Candeia, que será pertinho da casa em que ele morava, o palco Ari do Cavaco, autor de grandes sambas. Essas são as pessoas que serão celebradas, porque a luta na cultura é muito árdua. É um orgulho muito grande ver as pessoas falarem de Oswaldo Cruz e das velhas guardas”, diz Marquinhos.

No bairro de Oswaldo Cruz, haverá três palcos, todos em homenagem a grandes mestres da música brasileira. No palco Mestre Candeia, localizado na Rua João Vicente, as atrações são o Grupo Criolice, a cantora Lazir Sinval e o grupo Fundo de Quintal. No palco Tia Doca, na Rua Átila da Silveira, Terreiro de Crioulo, Mauro Diniz e a rainha Leci Brandão. No Ary do Cavaco, na Praça Paulo da Portela, como não podia ser diferente a Velha Guarda da Portela, a cantora Fabiana Cozza e Martinho da Vila. Completando a festa, as 16 rodas de samba que irão nos trens se juntarão a outras quatro que já estarão em Oswaldo Cruz, distribuídas pelos bares do bairro.

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O grande barato do programa é ir no trem cantando com as Velhas Guardas – uma experiência ímpar – e depois se jogar nos bares do lugar, em que estarão as múltiplas rodas de samba espalhadas por lá. Difícil é escolher em qual ficar, porque só tem fera e cada roda é melhor do que a outra. Por isso, siga o conselho de quem já foi muito. Vague por Oswaldo Cruz, se deixe levar pelos acordes dos cavaquinhos e dos violões, e aproveite muito essa viagem.

Confira a programação por palcos no Instagram do projeto @tremdosamba.oficial

Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura e carnaval.

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