Noite histórica: a reestreia do Forró da Gávea
Parado há um ano e oito meses por causa da pandemia, projeto de Pedrinho Miranda e coletivo de músicos volta à cena em alta voltagem no Vista Bar
Ah, que delícia de forró! Quem esteve lá viu, foi uma noite histórica a reestreia do Forró da Gávea na última quarta-feira, dia 3, dessa vez no Vista Bar, em cima do restaurante Maguje, no Jockey, a quinhentos metros do antigo endereço. Um timaço de músicos e artistas esteve lá para acompanhar Pedrinho Miranda e seu coletivo, na retomada do projeto que antes da pandemia bombava no Baixo Gávea. Gente do naipe de Bebe Kramer (sanfona), Micael Pipoquinha (baixo), Caio 7 Cordas (violão), Pedro Franco (bandolim), Felipe Rodrigues (violão), Igor Conde (zabumba), Diane Terra (zabumba), Mafram (percussão), além da banda oficial com Durval Pereira (zabumba), Rafael dos Anjos (violão), Pedro Aune (baixo) e Rodrigo Ferrero (sanfona).
Quanto mais a noite esquentava nas zabumbas e sanfonas, e na pista de dança com dançarinos e dançarinas muito desenvoltos, mais aumentava o tom nas participações que se revezaram noite a dentro. Teve Roberta Sá, que se tornou ali mesmo a madrinha do projeto, Juliana Linhares, com sua voz rascante e potente, a delícia de voz de Alana Moraes, o vozeirão e a presença marcante de Marcelo Mimoso, e a levada malemolente de Moyseis Marques, que a gente tá acostumado a ver em rodas de samba, mas que também arrasa o forró.
A gente vê que o Brasil é gigante numa hora dessas. Tanta arte, tanta entrega no ofício de quem faz a música brasileira reverberar cada vez mais. Ali, naquele palco de apenas 4 metros, dava para ver a entrega de cada um, o prazer e o êxtase do viajante saudoso que volta ao seu lugar. “Nosso aconchego é esse aqui, o palco”, falou emocionada a cantora Roberta Sá, grande incentivadora do Forró da Gávea.
Pedro Miranda é um artista excepcional. Antes e mesmo durante a pandemia, Pedro foi encontrando brechas para sua sobrevivência artística e levando com eles seus amigos. É o que tem feito nas apresentações dominicais de voz e violão no Parque da Cidade e quiosques da praia, e agora no Forró da Gávea, que volta a ser semanal. Se Deus permitir, brevemente também no Samba da Gávea, na Casa de Tata. Consciente da necessidade ainda de cautela e respeitando os protocolos de segurança, Pedro afirma que o samba só mesmo quando a situação da pandemia estiver resolvida, já que a casa é muito pequena. “A gente esperou a hora certa para fazer cada coisa”, afirma o cantor.
Quem perdeu a estreia não precisa se preocupar, pois os shows voltam a ser semanais, todas as quartas, com a participação incrível do DJ e ator Léo Paes Leme, da Festa Forrozin. O público vai ouvir e dançar ao som de clássicos dos grandes mestres do gênero como, Sanfona Sentida (Dominguinhos e Anastacia), Oia eu aqui de novo (Antônio Barros), Abri a porta (Dominguinhos e Gilberto Gil), Feira de Mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha) e Lamento Sertanejo (Dominguinhos e Gilberto Gil), mas também composições da nova geração como Xodó de lamparina (Zé Paulo Becker e Moyseis Marques), Domingos (Zé Renato e João Cavalcanti), De cangote em cangote (Thiago da Serrinha) e Camboinhas (Pedro Miranda e Rodrigo Linares).
O coletivo acredita que nesta nova fase da pandemia, com as lotações das casas liberadas em sua totalidade e 65% da população carioca vacinada, seja uma boa hora para retomar o projeto. O Vista Bar é um lugar aberto de todos os lados e coberto (para o caso de chuva), perfeito para esse retorno. Ainda sob os protocolos de segurança necessários, a casa exige o certificado de vacinação de todos os presentes.
“A situação está melhorando a cada dia, mas temos que ter responsabilidade. Forró é muito juntinho, melhor pecar por excesso do que pela falta de cuidado”, afirma Pedro.
Para quem gosta de música de alta qualidade e de dançar, é um programaço! Lugar lindo, aberto, de fácil acesso e com a melhor música de forró tocada por um time de craques, sob a batuta do Pedro.