Aterro do Flamengo em 7 frames de Flores Raras
Foi por iniciativa e muita vontade da arquiteta Lotta Macedo Soares que a maior área de lazer ao ar livre da cidade escapou de virar uma continuação da selva de pedras de Copacabana. No projeto original da Sursan, antigo órgão de planejamento urbano do município, seriam criadas quatro avenidas, sendo uma delas com prédios à […]
Foi por iniciativa e muita vontade da arquiteta Lotta Macedo Soares que a maior área de lazer ao ar livre da cidade escapou de virar uma continuação da selva de pedras de Copacabana. No projeto original da Sursan, antigo órgão de planejamento urbano do município, seriam criadas quatro avenidas, sendo uma delas com prédios à beira-mar. Lotta comprou uma briga política com o engenheiro José de Oliveira Reis, então diretor da Sursan, que acabou levando a pior na disputa. Sorte dos cariocas que ganharam um parque de 1,2 milhões de metros quadrados com paisagismo assinado por Roberto Burle Marx.
Sobrinha do cronista Benjamin Costallat, Lotta vive um romance com a poeta americana Elizabeth Bishop na época da construção do Aterro do Flamengo. Este é o tema central do filme Flores raras que estreou na semana passada. Na trama, os bastidores da obra de proporções faraônicas erve não apenas como pano de fundo como reforça a personalidade da personagem de Glória Pires. A poeta é vivida pela atriz australiana Miranda Otto e Carlos Lacerda, o governador do Estado da Guanabara, por Marcelo Airoldi.
Na sequência abaixo, vemos o resultado final do trabalho de reconstituição de época assinado pelo diretor de arte José Joaquim Salles, cujo principal desafio foi reproduzir o imenso descampado que caracterizava o Aterro do Flamengo logo nos primeiros anos. As mudas escolhidas por Burle Marx levaram alguns anos até se transformarem em árvores frondosas. O terceiro frame recria o tanque de nautimodelismo, que infelizmente foi abandonado.