Copa de 50 (III): confusão no entorno do Maracanã
Duas práticas que entraram para o anedotário da cidade tiveram início durante a Copa de 50: os rojões nos estádios e o esvaziamento de pneus. O primeiro deles persistiu até o fechamento do Maracanã para as reformas e bem que poderia ser abolido de vez, certamente não é algo seguro e pode ser usado como […]
Duas práticas que entraram para o anedotário da cidade tiveram início durante a Copa de 50: os rojões nos estádios e o esvaziamento de pneus. O primeiro deles persistiu até o fechamento do Maracanã para as reformas e bem que poderia ser abolido de vez, certamente não é algo seguro e pode ser usado como uma arma. Como a Copa de 50 foi disputada no mês das festas juninas, os torcedores levaram foguetes para o estádio, assustando o público e deixando dezenas de feridos, como o jornal a Noite noticiou.
A outra prática era murchar os pneus dos motoristas que estacionavam na calçada. O esvaziamento arbitrário persistiu até o governo Negrão de Lima (1966-1971), passando pelo de Carlos Lacerda (1960-1965), quando o responsável pela fiscalização era o temido diretor de trânsito Américo Fontenelle que depois exportaria a prática para São Paulo. No jogo de estreia entre Brasil e México no Maracanã, como se pode ver abaixo, treze infratores foram punidos. No governo Negrão de Lima, quem assumiu a função é o consultor de trânsito Celso Franco, que mantém um blog na versão virtual do Jornal do Brasil.
“O pneu arriado é um “santo remédio” e sua eficácia é consagrada por três diretores: Menezes Côrtes, que inventou a estratégia durante a Copa do Mundo em 1950, no entorno do Maracanã; Américo Fontenelle, que fez deste ato o seu carro-chefe durante o governo Lacerda,quando esvaziava os quatro pneus, em qualquer ponto da cidade; e eu no governo Negrão, em ocasiões e locais especiais e, com aviso prévio divulgado pela imprensa — e, como Menezes Côrtes, eu somente esvaziava um pneu”, postou Celso Franco em 2011.