Um cometa no tempo de Pereira Passos
Se não fosse pela bola de fogo que cruzou o céu da Rússia em fevereiro, talvez a passagem do cometa PanSTARRS no fim da tarde de ontem não despertasse tanta atenção do público. No início do século passado, no entanto, um fenômeno astronômico dessa magnitude era um verdadeiro acontecimento. Já esgotado, o livro O rastro […]
Se não fosse pela bola de fogo que cruzou o céu da Rússia em fevereiro, talvez a passagem do cometa PanSTARRS no fim da tarde de ontem não despertasse tanta atenção do público. No início do século passado, no entanto, um fenômeno astronômico dessa magnitude era um verdadeiro acontecimento. Já esgotado, o livro O rastro do cometa – O Halley na imprensa carioca de 1910 (Editora JB) mostra bem a comoção que tomou conta da cidade. O fato serviu de matéria-prima não apenas para os intrépidos jornalistas, chargistas e desenhistas de então como inspirou até o carnaval. Num dos registros mais curiosos da obra está a foto de um carro alegórico de tração animal, puxado a cavalo.
Abaixo, vemos o apocalipse segundo J. Carlos (1), considerado o maior chargista da época; uma ilustração de inspiração art-nouveau (2); o prefeito Pereira Passos (3), em primeiro plano, com as mãos nas cadeiras; o tal do carro alegórico (4) levando o cometa na velocidade de dois pangarés; a cauda na qual o chargista K.Lixto estava interessado (5); e a propaganda da Fábrica Brasil (6), loja de roupas e acessórios: “Vêr para crer e o mais são lorotas”