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Bares, histórias e encantos do Rio de Janeiro
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Uma história de amor, fúria e canibalismo (I)

São raros os relatos da ocupação dos arredores da Baía de Guanabara antes da chegada dos portugueses. Por isso, acredito que o grande mérito da animação Uma história de amor e fúria é lançar luz sobre o período. O filme de Luiz Bolognesi, ainda em cartaz em alguns cinemas da cidade, remonta as rivalidades entre […]

Por rafaelsentose
Atualizado em 25 fev 2017, 19h09 - Publicado em 25 abr 2013, 06h33
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  • São raros os relatos da ocupação dos arredores da Baía de Guanabara antes da chegada dos portugueses. Por isso, acredito que o grande mérito da animação Uma história de amor e fúria é lançar luz sobre o período. O filme de Luiz Bolognesi, ainda em cartaz em alguns cinemas da cidade, remonta as rivalidades entre tupiniquins e tupinambás, tribos que ocupavam o território onde seria fundado o Rio de Janeiro em 1565. Para quem assistiu o filme e ficou com vontade de saber mais, indico o livro Meu destino é ser onça (Record), de Alberto Mussa, que recriou em linguagem acessível a narrativa mitológica dos tupinambás para a origem do universo.

    Tendo como ponto de partida os livros do frade franciscano André Thevet, que acompanhou o explorador Nicolas de Villegagnon em seus esforços para fundar a França Antartica, Alberto Mussa conduz o leitor por uma história habitada por personagens humanos que se transformam em animais ou em corpos celestes, em que o canibalismo tem um papel de sublimação. “No jogo canibal, cada grupo depende totalmente de seus inimigos, para atingir, depois da morte, a vida eterna de prazer e alegria. O mal, assim, é indispensável para a obtenção do bem”, teoriza o autor de Meu destino é ser onça, no capítulo dedicado à explicação da teoria por trás do mito.

    “As tribos tupi se dividiam em aliadas e inimigas. Faziam guerras constantes, anuais. Os vencedores não tomavam o território dos vencidos, não cobravam tributos, não faziam escravos, não saqueavam riquezas, não buscavam obter nenhuma vantagem econômica. Capturavam inimigos apenas para matar e comer”, completa Mussa.

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