Entrevista com Pat Metheny
O virtuoso guitarrista americano Pat Metheny, vencedor de 20 Grammy, é uma das principais atrações do BMW Jazz Festival. O músico ganhou uma noite inteira no festival — segunda (10), cujos ingressos já estão esgotados. Metheny falou com o Solta o Som. Confira a entrevista e um vídeo da impressionante performance do guitarrista. Zuza Homem […]
O virtuoso guitarrista americano Pat Metheny, vencedor de 20 Grammy, é uma das principais atrações do BMW Jazz Festival. O músico ganhou uma noite inteira no festival — segunda (10), cujos ingressos já estão esgotados. Metheny falou com o Solta o Som. Confira a entrevista e um vídeo da impressionante performance do guitarrista.
Zuza Homem de Mello, curador do festival, declarou que você teria uma noite inteira no evento por causa da sua capacidade de se envolver em diversas formações. Da onde vem essa habilidade de se adaptar diversas formações?
IEu me aproximei da música do ponto de vista de quem escuta. Eu amo tanto música, e sempre foi muito natural tentar entender exatamente o que está por dentro da música — isso me atrai de maneira muito profunda. Essa compreensão leva a uma certa familiaridade e fluência com os materiais envolvidos que me permite um potencial meio de expressão nesse dialeto estudado que deixa de ser um tipo opaco de amor. O conhecimento e a sabedoria que essa escuta profunda oferecem se transforma em uma moeda em si, que me permite acessar uma porta ou janela que levam a uma série de outras possibilidades que são realmente infinitas.
Por que você resolveu tocar sax depois de 32 anos com a Unity Band? Como foi essa experiência?
Foi incrível e improvável pra mim que mesmo na época de 80/81 tantos anos atrás, eu fui tão longe na minha carreira sem fazer um tipo mais tradicional de gravação com alguém tocando um instrumento de sopro. O fato é que 30 anos se passaram e me mostraram algumas coisas. A primeira é que fui, majoritariamente, dedicado a desenvolver meio alternativos de pensamento sobre contexto e apresentação — praticamente tudo que fiz no caminho não se encaixa no que se faz normalmente neste tipo de música. Outra coisa: depois de tocar com Mike Brecker e Dewey Redman em 80/81, foi difícil achar outros tenores que incitassem minha imaginação para escrever do mesmo jeito que eles fizeram — Chris Potter talvez tenha sido o primeiro a despertar essa inspiração em tantos anos,
Você está trazendo sua incrível pikasso guitar (instrumento elaborado exclusivamente para ele, com 42 cordas)?
Sim, ela provavlemente aparecerá em Come and See, do repertório sem a Unity Band.
O que você conhece de música brasileira?
Eu realmente não faço distinção entre música, gênero e nacionalidade dos músicos envolvidos nos sons. Para mim, música em seu mais alto nível está à parte de tudo isso. Me interessam tribos de músicos criativos e dedicados a usar todos os tipos possíveis de ferramentas musicais com conexões fortes com todos os aspectos da música: harmonia, melodia e ritmo. Os meus favoritos representantes dessa tribo no Brasil são Tom Jobim, Milton Nascimento e Ivan Lins.
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