Percussionista de renome, o pernambucano Naná Vasconcelos já tocou com B.B. King, David Byrne, Don Cherry e Egberto Gismonti, além de formações clássicas, músicos do Tibete, por aí vai. Mundo afora, é tão reconhecido pelo talento quanto pela maneira tremendamente original como apresenta sua música – e volta a fazê-lo por aqui na sexta (11), no Teatro Rival. No quesito singularidade, porém, ele perde em casa. Seu irmão Erasto Vasconcelos, 66 anos, definido por colegas músicos como o “farol de Olinda”, é figura folclórica e admirada em Pernambuco. No começo da carreira, em 1965, Erasto morou no Rio e, como percussionista, acompanhou estrelas do porte de Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. Em Nova York, nos anos 70, tocou ao lado do saxofonista Stan Getz e gravou o LP Stone Alliance, com Marcio Montarroyos e Hermeto Pascoal. De volta ao Brasil, no começo da década de 80, mergulhou na tradição rítmica de sua terra para produzir um repertório tão peculiar quanto raro – seu primeiro disco, Jornal da Palmeira, só viria a ser lançado em 2005. Munido de instrumentos que ele mesmo inventa, une elementos de frevo, coco, maracatu, caboclinho, ao trabalho de gente bem mais nova, a exemplo da banda Eddie, pioneira do mangue beat, ou das cantoras Karina Buhr e Isaar. Habitante de um universo de fantasia entre o passado e o futuro, Erasto Vasconcelos, grandalhão de movimentos leves, é desses personagens únicos que, sem muita gente notar, contribuem tremendamente para enriquecer a nossa música.
Assista, abaixo, ao clipe da canção Capiba Diz que É pra Já e, nesse link aqui, a um belo curta (curto mesmo, 3 minutos) dirigido por Roberto Berliner
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