Nesta quinta (3), a Academia Brasileira de Letras (ABL) abre as portas para a celebração do centenário de Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005).Quem? Alemão, o homenageado veio para o Brasil em 1937, fugido, como muitos outros, da perseguição nazista. Trouxe na bagagem sólida formação musical e o espírito libertário que as autoridades em sua terra natal na época tentavam sufocar. Por aqui, atuou a vida inteira como compositor, músico e educador musical, inspirando gerações. Uma lista modesta de seus alunos e discípulos inclui expoentes das cenas popular e erudita, a exemplo de Tom Jobim, Paulo Moura, Edino Krieger, Isaac Karabtchevsky, Guerra-Peixe, Claudio Santoro, Clara Sverner, Rogério Duprat, Tim Rescala… Inquieto, Koellreuter buscava o novo, difundindo, no princípio, conceitos de vanguarda como o atonalismo e a técnica dodecafônica, sem descuidar do repertório brasileiro mais tradicional. Anos mais tarde, encantou-se pela música e pela filosofia orientais, principalmente o que aprendeu no Japão e na Índia. Como músico, tocou flauta em restaurantes da Lapa e na OSB. Este generoso amplificador de horizontes naturalizou-se brasileiro e morou por muitos anos em uma casa gostosa na Urca. Nesta quinta (3), na sede da ABL, uma mesa-redonda às 11h15 vai reunir dois ex-alunos: Edino Krieger, que integrou o grupo Música Viva, fundado por Koellreutter em 1939, e Tim Rescala, seu discípulo nos anos 70 e 80. A mediação é do musicólogo, poeta e imortal Marco Lucchesi. Às 12h30, um concerto será apresentado pelo conjunto de música contemporânea Abstrai Ensemble, com participação de outros dois ex-pupilos do homenageado – o pianista Sergio Villafranca e o gaitista José Staneck.
A quem interessar possa: nesse link AQUI você assiste a Informação: H. J. Koellreutter, documentário de 2003 dirigido por Rogério Sganzerla.