Muito antes do Paulo Barros
Nada não, só para lembrar que, no país do Carnaval, já caprichavam na festa desde os tempos do Brasil Colônia
 
    A troca de noivas deu-se em 1785. Após negociações entre as respectivas casas reais, foram acertados o casório do jovem nobre português dom João VI com a espanhola Carlota Joaquina, além do enlace entre a irmã dele, Mariana Vitória, e o irmão de Carlota, dom Gabriel. Naquele tempo, com Portugal cheio do ouro de suas colônias, tudo virava festa faustosa – nas colônias, inclusive. Em fevereiro de 1786, dom Luís de Vasconcelos, então o manda-chuva por essas bandas, vice-rei dos “Estados do Brazil”, decidiu homenagear o matrimônio duplo dos patrõezinhos da metrópole com um luxuoso cortejo pelo Passeio Público, desdobrado em três noites, com direito a cenografia suntuosa, na forma de pórticos ao ar livre, fogos, encenação teatral de episódios míticos e históricos e seis enormes carros alegóricos. Incumbido por dom Luís de Vasconcelos, o carnavalesco, digo, o realizador do desfile em todos os seus detalhes, da criação de poemas laudatórios ao desenho dos carros, foi o militar Antônio Francisco Soares. Qual um Joãosinho Trinta do Brasil colonial, Soares se esmerou. O quinto e maior dos carros, intitulado o “carro das cavalhadas sérias”, que você vê na imagem acima, tinha 11 metros de altura. Levava a bordo músicos ricamente vestidos e, no topo, ostentava o templo de Himeneu, o deus grego do casamento, entre brasões de Portugal e da Espanha. Enfeitada com profusão de tecidos (veludo, seda, cetim), a alegoria era puxada por cavalos brancos e acompanhada por 24 cavaleiros montados, gente da alta d’antanho, seguidos por seus criados e escudeiros. Bicas, no carro, derramavam água durante o trajeto. Tudo isso, em plena rua, no Centro, em fevereiro de 1876…
 
                 MP faz operação contra fraudes na compra de respiradores no Rio
MP faz operação contra fraudes na compra de respiradores no Rio 
							 
							 
							 
							 
							 
							