Stacey Kent, a cantora americana de voz doce e simpatia transbordante, nutre notória paixão pela cultura brasileira. Aprendeu o português, já leu no original glórias nacionais da literatura, como Machado de Assis, Erico Verissimo e Lima Barreto, e mantém fértil colaboração com músicos daqui. Nessa turma de colegas de palco e estúdio, Roberto Menescal anda sobressaindo. O pioneiro da bossa nova participou ativamente da gravação de todas as músicas de Tenderly, mais novo disco de Stacey, lançado na Europa, no último dia 13. Os dois se conheceram em 2011, durante o show do aniversário de 80 anos do Cristo Redentor. A artista esbarrou com o mestre nos camarins, se apresentou e afirmou ser fã do “Menesca”. Ele quase caiu para trás, já que também curte a música dela. “Contei que eu e minha mulher dormimos com ela”, lembra, rindo (explicação necessária nos dias de hoje: ele e a mulher costumam deitar à noite ouvindo discos de Stacey Kent). Conversa vai, conversa vem, o contato evoluiu para uma participação dele em The Changing Lights, disco dela, de 2013. Entre outros pontos em comum, os dois descobriram que devotam a mesma paixão por Julie is Her Name, disco de 1955, lançado pela atriz e cantora Julie London, com acompanhamento luxuoso do guitarrista Barney Kessel. Aquela atmosfera incrivelmente suave e elegante do disco de Julie London é evocada em Tenderly, um delicado apanhado de standards americanos, como Embraceable You e Tangerine, além de Agarradinhos, composição de Menescal.
NO VÍDEO ABAIXO, FALANDO EM FRANCÊS, A POLIGLOTA STACEY KENT CONTA COMO CONHECEU O MESTRE. ELA NÃO POUPA ELOGIOS AO TALENTO DE ROBERTO MENESCAL E À MANEIRA COMO ELE LIDA COM AS COISAS TERNAMENTE (TENDERLY, SACOU?)
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