Zeca Pagodinho, artista multimídia
Jessé Gomes da Silva Filho vai dormir até mais tarde no feriado de 1º de maio. Na véspera, o artista, (muito) mais conhecido como Zeca Pagodinho, comanda uma festa de arromba na Fundição Progresso. Os portões abrem às 21h de quarta (30) e os trabalhos no palco devem começar às 23h. No show, o sambista […]
Jessé Gomes da Silva Filho vai dormir até mais tarde no feriado de 1º de maio. Na véspera, o artista, (muito) mais conhecido como Zeca Pagodinho, comanda uma festa de arromba na Fundição Progresso. Os portões abrem às 21h de quarta (30) e os trabalhos no palco devem começar às 23h. No show, o sambista lança nova edição do projeto Sambabook, dedicada a ele, na companhia dos muitos artistas que o acompanharam no trabalho – entre outros, Arlindo Cruz, Marcelo D2, Sombrinha, Monarco e a Velha Guarda da Portela.
O Sambabook é um trabalho louvável. “É multiplataforma de fato”, assegura Afonso Carvalho, diretor e idealizador do projeto. Foi dele a ideia do nome, inspirado nos históricos songbooks criados pelo produtor musical Almir Chediak (1950-2003), que registraram em CD e partituras obras de artistas como Noel Rosa, Tom Jobim, Dorival Caymmi e Vinicius. Carvalho, que, ainda garoto, estudou violão com Chediak, vislumbrou a ideia dos sambabooks depois de uma conversa com Diogo Nogueira – o cantor lamentava o esquecimento que ameaçava a obra de seu pai, o grande sambista João Nogueira (1941-2000). Pois João inaugurou a série, seguido por Martinho da Vila e, agora, Zeca Pagodinho. Por “multiplataforma” entenda-se uma abordagem da vida e da obra do homenageado que desdobra-se em DVD (gravado ao vivo, com banda numerosa e convidados ilustres, na Cidade das Artes, no final do ano passado), CD duplo, versão em Blu-ray, discobiografia (biografia pontuada pelos lançamentos fonográficos do artista), fichário de partituras e produtos digitais. Além de ter suas ricas criações revisitadas por artistas convidados (mas, boa providência, os arranjos originais são preservados), João, Martinho e Zeca ganham portais na rede e inspiram aplicativos para smartphones e tablets. Um dos programas bolados é um barato: na ferramenta Aprenda a Tocar (veja como funciona aqui), os interessados podem reproduzir uma canção de uma das estrelas do songbook e, por exemplo, cortar o cavaquinho da gravação. Aí é só ensaiar na companhia de uma banda de primeira, com seu ídolo cantando junto. Isso vale para outros instrumentos e até a voz do intérprete. “É um projeto artístico de fôlego, um trabalho de preservação cultural, mas também um projeto social. Estamos criando material didático para ensino musical”, observa Afonso Carvalho. Superproduções, os songbooks são viabilizados com o apoio de instituições como Petrobras, Itaú, a empresa de logística JFL e a Prefeitura do Rio. Zeca, recém-chegado ao clube, e seus convidados participaram das gravações felizes da vida. Confira só no vídeo abaixo.
Zeca interpreta Camarão que Dorme a Onda Leve acompanhado por uma constelação da MPB. Depois de umas cenas de bastidores, com muita zoação e alegria transbordante, Martinho da Vila sobe ao palco para cantar Faixa Amarela, mais um sucesso do sambista homenageado, registrado no disco Hoje É Dia de Festa (1997)
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=v0nbP5eQ7tw?feature=oembed&w=500&h=281%5D