Crítica: Rain Man
✪✪✪ RAIN MAN, de Dan Gordon. Lançado em 1988, Rain Man tornou-se um dos maiores sucessos do cinema naquele ano. Levou os Oscar de melhor filme, roteiro, diretor e ator principal — esse último para Dustin Hoffman, no papel de Raymond Babbitt, um autista com lampejos de gênio. A bem produzida montagem dirigida por José Wilker […]
✪✪✪ RAIN MAN, de Dan Gordon. Lançado em 1988, Rain Man tornou-se um dos maiores sucessos do cinema naquele ano. Levou os Oscar de melhor filme, roteiro, diretor e ator principal — esse último para Dustin Hoffman, no papel de Raymond Babbitt, um autista com lampejos de gênio. A bem produzida montagem dirigida por José Wilker é baseada na transposição do filme para os palcos, feita pelo americano Dan Gordon em 2009. A história é rigorosamente a mesma: após a morte repentina do pai, o egocêntrico vendedor de carros Charlie Babbitt (Rafael Infante, no papel que foi de Tom Cruise no cinema) descobre que a herança foi deixada para um irmão que ele nunca soube que existia (Marcelo Serrado). Mais interessado em levar uma parte da bolada, ele procura Raymond, mas os dois acabam se afeiçoando. Conhecido pelos dotes cômicos exibidos nos vídeos do grupo Porta dos Fundos, Infante mostra aqui um insuspeito talento para cenas mais dramáticas e contidas. Serrado, porém, é o maior trunfo da peça. Com uma composição de precisão milimétrica, ele consegue a proeza de arrancar gargalhadas da plateia sem chafurdar na caricatura.