Crítica: Répétition
✪✪✪ RÉPÉTITION, de Flávio de Souza. No fim dos anos 80, o diretor Walter Lima Jr. e o autor Flávio de Souza dividiram um tremendo sucesso teatral: Fica Comigo Esta Noite ganhou longa temporada, chegou a ser encenada no exterior e virou filme em 2006. Mais de três décadas depois, a dupla volta a se reunir, […]
✪✪✪ RÉPÉTITION, de Flávio de Souza. No fim dos anos 80, o diretor Walter Lima Jr. e o autor Flávio de Souza dividiram um tremendo sucesso teatral: Fica Comigo Esta Noite ganhou longa temporada, chegou a ser encenada no exterior e virou filme em 2006. Mais de três décadas depois, a dupla volta a se reunir, agora para apresentar uma comédia, Répétition – repetição, em francês. As semelhanças entre um trabalho e outro limitam-se à parceria do autor com o diretor. Se Fica Comigo Esta Noite era, à sua maneira, uma história de amor, aqui o tema é o próprio fazer teatral, apesar dos triângulos afetivos que temperam a atual narrativa. Roger Gobeth, Tatianna Trinxet e Alexandre Varella vivem três atores às voltas com os ensaios de um espetáculo (ensaio, vale lembrar, é outro significado para répétition). De forma engenhosa, o texto embaralha duas tramas: aquela em que os personagens são os atores e outra na qual eles interpretam os papéis da peça dentro da peça. Parece confuso? No palco, entretanto, tudo funciona, e Souza, acertadamente, não estica a história a ponto de tornar o truque, com o perdão do trocadilho, repetitivo. No afinado elenco, Gobeth explora melhor as possibilidades que lhe são dadas. Também merece destaque a cenografia de Ronald Teixeira, simples, mas eficiente.